segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Baldios do Distrito de Coimbra contra possíveis alterações - debate decorreu em Góis

O Secretariado dos baldios do Distrito de Coimbra aprovou ontem uma moção a contestar o pedido de alteração da Lei dos Baldios defendida pela Associação Nacional de Municípios Portugueses, disse o coordenador Isménio Oliveira.
Segundo este responsável, os municípios pretendem vir a usar estes espaços baldios, atraídos pelos rendimentos da energia eólica advinda dos parques aí instalados e da recolha de biomassa. «Lamentamos que a nova Lei da Finanças Locais retire receitas aos municípios, mas não podem ser os baldios a compensar essa situação», frisou Isménio Oliveira, criticando o «apetite voraz» manifestado por algumas autarquias.
A moção, que será enviada aos ministros da Agricultura e da Administração Interna, foi aprovada no debate "A Floresta e os Baldios: que futuro?", que decorreu ontem de manhã em Góis, com mais de uma centena de participantes.
Em Portugal existem cerca de 450 mil hectares de espaço baldio, na sua maioria geridos por Conselhos Directivos e Assembleias de Compartes que, segundo Isménio Oliveira, «são a forma de gestão mais democrática em Portugal».
O coordenador do Secretariado dos Baldios do Distrito de Coimbra adiantou ainda que vão ser elaborados planos de utilização e gestão dos baldios, através de uma parceria entre a Direcção-geral dos Recursos Florestais e a Federação dos Baldios.
«Vai ser criada uma Zona de Intervenção Florestal (ZIF) para os baldios, que vai melhorar a gestão e a participação dos produtores florestais», frisou.
No debate "A Floresta e os Baldios: que futuro" participou o director-geral dos recursos florestais, Francisco Rego, e o vice-presidente do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil. Amândio Torres.
Na sessão, os participantes discutiram também a criação de novos investimentos nos espaços baldios, através da sua rentabilização nas áreas do turismo e do lazer, entre outras.
in Diário de Coimbra, de 23/10/2006

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