FACIG afirma-se como “cartão-de-visita” de Góis
A 17.ª edição da FACIG – Feira Agrícola, Comercial e Industrial de Góis começa hoje, no Parque de Lazer do Baião. Ao todo são cerca de oito dezenas de expositores, que representam o concelho e dão a conhecer a sua dinâmica, as suas particularidades, as suas apetências e vocação. A mostra é inaugurada numa cerimónia marcada para as 18h00.
Mantendo o estatuto de certame por excelência do concelho de Góis, a FACIG tem vindo, todavia, a “diferenciar-se”, ou melhor, a afirmar-se por uma componente que não será, de todo, a mais centrada nas actividades económicas. Estas estão lá, sem dúvida, mas há muito mais do que isso. Maria Helena Moniz, responsável pela organização da feira, reconhece isso mesmo e defende, inclusive, «uma nova interpretação para a sigla do certame». Meio a brincar meio a sério, a vereadora da Câmara Municipal de Gois aponta o “A” de Agricultura, para dizer que «apesar de pouca, ainda temos alguma». Mas em seu lugar sugere “Artesanato”, uma vez que, considera, se trata de uma área com um desenvolvimento e uma afirmação exponencial nas edições da FACIG, para já não falar no peso que este sector começa a assumir em termos da economia local.
Relativamente ao “Comércio”, reconhece que hoje, na 17.a edição, se mantém algum, o que continua a dar consistência à designação. O mesmo todavia, adverte, já não se poderá dizer relativamente à componente “Indústria”. Não que o sector seja particularmente pródigo no concelho, mas existe, «e inclusive temos empresas muito boas, com um peso significativo no concelho e mesmo na região», Todavia, a verdade é que este sector não constitui uma presença de relevo no certame, ao invés do que acontece com as instituições, faz notar a vereadora.
A “força” das instituições
Com efeito, primeiro de uma forma incipiente, depois com mais força e, hoje em dia, praticamente sem excepção, todas as instituições do concelho fazem questão de marcar presença na FACIG. Desde as escolas à Misericórdia, passando pelas instituições particulares de solidariedade social (IPSS), pelos grupos de Escoteiros, Bombeiros Voluntários ou Associação Florestal, todas têm o seu espaço e aproveitam a realização da feira para se darem a conhecer ao público e para divulgarem os seus projectos, actividades ou iniciativas.
Garantida é, também, a presença da Câmara Municipal de Góis, assim como das Juntas de Freguesia do concelho. Relativamente a estas últimas, trata-se de uma conquista pessoal de Helena Moniz, que em 2007 colocou a si mesma este desafio, uma vez que entendeu que a presença das juntas era importante, no sentido de criar «proximidade» entre vizinhos. E este ano estão, de novo, todas presentes, reforçando o “peso” que as instituições possuem na FACIG.
Helena Moniz refere, também, a oportunidade que o certame constitui para a apresentação de «alguns projectos de carácter social, dos quais a Câmara é entidade promotora, como é o caso das Escolhas de Futuro ou do Progredir em Igualdade e Cidadania. Destaque ainda para a presença da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Góis, que a vereadora encara, mais uma vez, como uma referência de proximidade, uma vez que «esta presença permite dar a conhecer o trabalho que esta comissão tem vindo a desenvolver». Mais do que isso, no entender da vereadora, trata-se de «ultrapassar tabus» relativamente a esta entidade, «desmistificando o que faz».
Um esforço que se tem revelado positivo, enfatiza, uma vez que, hoje em dia «já não existe a ideia que a comissão tira os meninos aos pais, mas começa a perceber-se que se trata de uma estrutura que defende o superior interesse das crianças e as famílias». Esta presença da CPCJ, que «sai das paredes do gabinete onde funciona e se apresenta ao público, se dá a conhecer», tem, de resto, sido «amplamente elogiada», refere ainda Helena Moniz.
Artesanato ganha
dimensão e qualidade
A vereadora, responsável, na primeira linha, pela organização do certame, destaca, ainda, a cada vez mais relevante presença que o artesanato assume na FACIG, “dentro e fora de portas”, ou seja, cativando um número crescente de artesãos, do concelho e também de fora. «A FACIG foi-se transformando num espaço privilegiado para os artesãos», afirma, sublinhando a qualidade das presenças. «Procuramos a excelência dos saberes», diz, considerando que este «é um valor fundamental que não podemos perder». Helena Moniz faz notar, aliás, que este é o espírito das Aldeias do Xisto, em cuja rota Góis está integrado com várias aldeias.
Os trabalhos em xisto, uma tradição da Beira Serra, constituem, de resto, uma das presenças de maior significado no certame, cujos artífices também fazem questão de inovar e reinventar, apostando em novos produtos, que se juntam às mais tradicionais casinhas, molduras ou relógios.
A vereadora destaca ainda a presença dos artesãos locais que se dedicam à arte de trabalhar a madeira e a cortiça, construindo as mais variadas alfaias agrícolas e domésticas, bem como os trabalhos efectuados em estanho, outra tradição do concelho. A estas, mais emblemáticas ou que mais se identificam com a “alma” do concelho de Góis, juntam-se outras artes manuais, com relevo para os domínios das rendas, crochés e bordados. Atenção especial merece, ainda, no seu entender, a presença de artesãos que trabalham as artes decorativas e de bijutaria, que criam uma atracção especial junto das camadas mais jovens.
Helena Moniz considera a FACIG mais um ingrediente que «convida a visitar Góis» e desafia os turistas, habitantes dos concelhos vizinhos e de toda a região a deslocarem-se ao concelho durante estes dias. Para além da feira e do diversificado programa de animação, têm à sua disposição, enfatiza, «paisagens lindas, belíssimas aldeias de xisto e as águas cristalinas do Ceira que convidam a mergulhar».
in Diário de Coimbra, de 6/08/2009Etiquetas: artesanato, câmara municipal, facig, góis
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home