terça-feira, 11 de agosto de 2009

A ética política (ou a falta dela) em Góis

SENHOR DIRECTOR, Não sendo um especialista em temática política, nem residente em Góis, sou, apesar de tudo, uma pessoa que está atenta ao que se passa neste Concelho, onde nasci e sou eleitor e onde tenho investido boa parte das minhas poupanças e do meu empenho e capacidades, dando um contributo, ainda que modesto, para o seu desenvolvimento.
Assim sendo, não posso deixar de manifestar a minha perplexidade sobre o que se passa no meu Concelho e que considero ultrapassar todas as fronteiras da seriedade política, da ética e do bom senso, que devem pautar todos aqueles que desempenham ou se propõem desempenhar cargos públicos, submetendo-se à vontade popular.
Habituei-me a guiar-me por princípios e convicções em todas as áreas da minha vida, incluindo naturalmente a vida política, pois apesar de não praticar a política activa, não me posso demitir das minhas responsabilidades como cidadão. É que ainda que o não queiramos, as nossas opções ou mesmo a falta delas, em relação a boa parte dos aspectos da nossa vivência em sociedade, constituem opções de natureza política, mesmo que nalguns casos não sejam assumidas de forma totalmente consciente.
Ter consciência política e optar por um determinado projecto político, seja ele representado ou não por um partido, significa a defesa de um determinado modelo de sociedade que entendemos ser o mais correcto para o nosso país ou região, no qual queremos continuar a viver e a garantir um futuro para os nossos filhos, os nossos netos e todas a gerações vindouras.
Assim sendo, é natural que quando o nosso projecto político não se identifique com o partido de que eventualmente façamos parte, sem que consigamos alterar o curso dos acontecimentos ao nível interno, façamos a afirmação pública dessas divergências, com eventual abandono dessa força política, por sentirmos que já não representa os nossos ideais e convicções.
Entendo, porém, que salvo em cargos de eleição altamente personalizada, o abandono do partido que proporcionou a eleição para determinado cargo, deve implicar, de imediato, a demissão desse cargo, a fim de:
Permitir ao partido que proporcionou a eleição, prosseguir o seu programa, a fim de ser julgado em próximas eleições, através de novos candidatos;
Permitir que os demissionários efectuem a sua afirmação política autónoma, demarcando-se do partido que os havia elegido e apresentando um projecto alternativo que possa ser julgado pelo voto popular.
A rejeição de um projecto político com a manutenção dos cargos a que o mesmo deu acesso e a integração simultânea num outro projecto político antes renegado, para além de representar um acto de evidente apego ao poder, por questões de mero interesse pessoal, constitui:
Um acto de traição ao eleitorado que votou no projecto político que é posto em causa;
Um acto de traição às pessoas que fizeram oposição a este projecto e que, naturalmente, deveriam dar a cara por um projecto alternativo, mas que se vêem substituídas nesse papel pelos seus adversários recentes.
Os partidos políticos têm as suas regras internas que os respectivos militantes devem respeitar, ainda que por vezes possam sentir-se injustiçados. São as regras da democracia, nas quais, naturalmente, se incluem as opções de deixar de integrar essa organização partidária. Não obstante, a busca imediata, através de num projecto político até então rejeitado, dos lugares para os quais os seus anteriores pares não os consideraram os mais capazes, constitui uma atitude de total ausência de convicções políticas, com o objecto único de satisfação de interesses pessoais e consequente manutenção do "status quo".
Estamos certos que o eleitorado de Góis saberá distinguir as pessoas que têm convicções políticas e que não as abandonam nas primeiras adversidades e que, naturalmente, as traduzirão em bons projectos com vista à mudança em direcção a um futuro melhor, das pessoas já cansadas do poder, que prometem novas políticas apenas porque resolveram mudar de cor partidária, mas que foram incapazes de as levar à prática quando tiveram essa oportunidade.
ANTÓNIO DUARTE
COLMEAL
in Diário de Coimbra, de 10/08/2009

Etiquetas:

22 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ora aí está alguém que tem a coragem de enfrentar o poder instituído e dizer em público algumas verdades do que infelizmente se vai passando por Góis.

11 agosto, 2009 16:37  
Anonymous Anónimo said...

Guerra Socialista


Lista A
Lista B

Quem vai ganhar ?

Meu Povo nós já perdemos

Quem fica a ganhar é Copimbra

11 agosto, 2009 22:58  
Anonymous Anónimo said...

Os que andam mais preocupados com os cargos políticos de "alguns", são aqueles que, por detrás da moral e da ética, procuram lucrar alguma coisa com isso...
... a questão aqui está mais relacionada com o projecto político para os próximos 4 anos (do qual os "alguns" foram excluídos)e não com o mandato que está a decorrer.
A saída dos "alguns" a esta altura do campeonato só iria beneficiar os "outros" e não o concelho de Góis.

12 agosto, 2009 01:44  
Anonymous Anónimo said...

etica?? claro, ate o ze carvalho diz: "so os burros nao mudam"
ainda bem que o diamantino acordou a tempo...
eleitores do concelho de gois abram a pestana!!!

12 agosto, 2009 04:18  
Anonymous Anónimo said...

Bem visto.

Trata-se de facto de uma dupla traição.
Como simpatizante do PSD que sempre fui, não me revejo nestes candidatos. Não contém com o meu voto.

12 agosto, 2009 09:04  
Anonymous Anónimo said...

Perfeito e peço desculpa ao anónimo para dar relevo á parte da sua notícia.
“ Estamos certos que o eleitorado de Góis saberá distinguir as pessoas que têm convicções políticas e ………..as traduzirão em bons projectos com vista à mudança em direcção a um futuro melhor, ………..”

12 agosto, 2009 09:18  
Anonymous Anónimo said...

quem é este caramelo? quem o conhece? não é aquele que tenta,no soito, recuperar e vender casas à custa da CM? será o que vandalizou os caixotes do lixo escrevendo vota PS (partido do soito)?então defende tanto a ética e apoia uma candidata que é ACUSADA num processo de falsificação de assinaturas e fraude na utilização de fundos comunitários e se desloca numa viatura de uma associação de desenvolvimento, exigindo dinheiro para o gasóleo ao padre ramiro quando a adiber paga todas as despesas?o que é que este senhor fez por góis a não ser meter dinheiro ao bolso? agora até o dinheiro das eólicas quer, prejudicando a JF...é mais um maratonista político de meia tijela...

12 agosto, 2009 09:59  
Anonymous Anónimo said...

Mais um sabichão! Não sei como é que este fulano não se candidato a um cargo político! Claro que ficar na sombra qa atirar uns bitaites para os eleitos e para o seu trabalho é muito mais cómodo! Este é o tipo de pessoas que não faz cá falta nenhuma...

12 agosto, 2009 11:21  
Anonymous Anónimo said...

Por norma não respondo a comentários anónimos, mas dadas as calúnias formuladas pelo anónimo de das 9:59, de 12/8, devo dizer o seguinte:
Seria bom para o Concelho de Góis que houvesse muitas pessoas a recuperar casas em xisto como tem acontecido no Soito, o que para além de atrair pessoas e criar riqueza, incluindo a ocupação de mão-de-obra do Concelho e a compra de materiais de construção, gera receitas para as autarquias (Licenças, IMI, IMT, taxas de água, etc).
Contrariamente ao que diz o anónimo nunca foi obtido qualquer subsídio da CM Góis ou de qualquer outra entidade e todas as casas foram feitas com projecto devidamente aprovados, pagando todas taxas e impostos devidos, contrariamente a muitos casos de construção / reconstrução clandestina que infelizmente existem no Concelho. Relativamente a todas as casas reconstruídas foi apresentada a declaração modelo 1 de IMI e pagam o correspondente imposto.
Se acha que a pessoa em causa “mete dinheiro ao bolso” então porque não experimenta reconstruir com o mesmo objectivo e então verá como é “lucrativo” investir na zona.
Infelizmente em vez de se louvar a iniciativa privada que neste caso visa exclusivamente evitar a morte de uma aldeia que estava praticamente moribunda, tenta enxovalhar-se as pessoas que investem basicamente por amor à sua aldeia, criando riqueza no Concelho e que têm a coragem de expor as suas ideias em público.
Quanto às receitas das eólicas devo dizer-lhe que me empenhei profundamente em que a CM de Góis e a JF do Colmeal obtivessem alguma compensação pelo facto do parque instalado no Concelho da Pampilhosa da Serra, impedir a construção de idêntico parque na Freguesia do Colmeal e que conhece o que se tem passado a este respeito, por certo reconhecerá esta situação.
Nunca ninguém tentou tirar as receitas à Junta, o que se pretendeu foi cumprir a legalidade para que a Junta prestasse contas à Assembleia de Compartes, situação que obteve o parecer favorável do Departamento Jurídico da CM Góis.
Veja se informa e depois pronuncie-se, não se aproveite do anonimato para enxovalhar que se preocupa com a Freguesia e com o Concelho, sem nada exigir em troca

Quanto à vandalização dos caixotes, trata-se de uma brincadeira de mau gosto com a qual não estou de acordo e não tenho quaisquer responsabilidades.

O autor do texto publicado

12 agosto, 2009 16:13  
Anonymous Anónimo said...

As verdades custam muito a ouvir, mas combatem-se com argumentos e não com calúnias.

Muita gente conhece esta pessoa e sabe o esforço que tem feito pela sua aldeia. O que é de louvar e aplaudir.
Porque não fazem o mesmo pelas vossas aldeias e então podem meter muito dinheiro ao bolso, porque há imensa gente a querer vir morar para as aldeias serranas abandonadas...

12 agosto, 2009 16:17  
Anonymous Anónimo said...

As verdades custam muito a ouvir, mas combatem-se com argumentos e não com calúnias.

Muita gente conhece esta pessoa e sabe o esforço que tem feito pela sua aldeia. O que é de louvar e aplaudir.
Porque não fazem o mesmo pelas vossas aldeias e então podem meter muito dinheiro ao bolso, porque há imensa gente a querer vir morar para as aldeias serranas abandonadas...

12 agosto, 2009 16:17  
Anonymous Anónimo said...

Sé devemos fazer a apoligia de quem reconstroi casas em aldeias em cujo futuro poucos acreditam e até seria bom que ganhassem dinheiro, o que duvido, pois isso garantiria o futuro da nossa zona, infelimente tão desertificada.
O que devemos é condenar os que efectuam construções que descaracterizam as aldeias e que nalguns casos, sendo autarcas consegum fazer essas construções à margem da lei.....E isso parece que conteceu numa aldeia da Freguesia do Colmeal.
Vejam as casas que foram construídas e procurem os projectos na CM Góis e irão ter surpresas...

12 agosto, 2009 16:53  
Anonymous Anónimo said...

No Colmeal todos sabem que é o comentador anónimo das calúnias.

Felizmente que se vai embora, não deixas saudades, nem qualquer marca após a sua longa passagem por cargos públicos..

12 agosto, 2009 17:40  
Anonymous Anónimo said...

Esta cambada de mordidos so prova a razão do homem!!
Partem para o ataque pessoal e espetacular... esperam o quê que votem PSD???

Encontrem PESSOAS CREDíVEIS para escrever nos jornais a defender o contrário do que diz este artigo…

12 agosto, 2009 18:13  
Anonymous Anónimo said...

E muito bonito escrever para os jornais ate tem geito . Mas falar de etica quando se aproveita de instituiçoes para proveito proprio parece-me um bocadinho falta dela (etica).

12 agosto, 2009 19:11  
Anonymous Anónimo said...

Apenas para fechar, uma vez que comentários anónimos feitos sobre opinião de pessoas identificadas, nem sequer deveriam merecer resposta devo dizer o seguinte relativamente às calúnias ditas a meu respeito:
Sempre assumi publicamente as minhas opiniões, nunca me refugiando atrás do anonimato;
O meu trabalho e de toda a direcção da instituição que referem está à vista no Soito;
As contas desta associação são distribuídas a todos os sócios e afixadas nas respectivas instalações, sendo prestadas contas autónomas por cada realização;
As referidas contas podem também ser mostradas aos autores das calúnias se tiverem a coragem de se identificar;
A associação é que tem beneficiado com a renovação do Soito e a consequente captação de novas receitas e não o contrário;

O autor do texto publicado

12 agosto, 2009 22:50  
Anonymous Anónimo said...

Parabéns António Duarte.

O triste das acusações que perde o seu tempo a fazer nada e a pensar que ganha alguma coisa com este tipo de postura, passa por ti e diz "Bom dia srº Antº Duarte" não tem coragem nem postura para dizer outra coisa... É necessária mais gente como tu em outras aldeias e freguesias.

13 agosto, 2009 11:39  
Anonymous Anónimo said...

"Oh autor do texto publicado"
Os caixotes da tua terra estão maravilhosos, mais uma das muitas veias artísticas que te reconheço.
Já foste em tempo de juventude um grande graffiter! Quanto à utilização de carros de outras entidades para bens próprios, isso já começa a ser comum nos fussangas apoiantes das Lurdes Castanheira!

Como se pode falar em Ética quando se apoia uma pessoa que é ACUSADA pela JUDICIÁRIA de falcatruas e uzurpação de dinheiros públicos???

Oh António Duarte... "Abre os jolhos" (como se diz por Góis).

13 agosto, 2009 15:24  
Anonymous Anónimo said...

Com apoiantes destes o Engº, a quem se reconhecem algumas capacidades, está tramado.
E depois acusam pessoas que ainda nem sequer foram julgadas, quando eles foram / são autarcas após terem sido condenados e cumprido penas efectivas.

13 agosto, 2009 22:12  
Anonymous Anónimo said...

Isto é como o Benfica
Temos o Jesus do Sobral Amem

16 agosto, 2009 11:57  
Anonymous Anónimo said...

Sempre fui simpatizante do PSD, mas desta vez não votarei nesta lista de oportunistas que nos foram impostos pela Distrital.

31 agosto, 2009 22:56  
Anonymous Anónimo said...

De facto tem toda a razão. A questao da mudança de camisolas não é nova, mas a forma como aconteceu em Góis é das mais chocantes que já se viu neste país, até porque e tendo em conta os curriculuns da maioria dos envolvidos, é visível que a mesma mudança se fez, sobretudo, em busca da manutenção dos respectivos "tachos". Esperemos que os goinses não lhes dêm essa oportunidade.

31 agosto, 2009 22:57  

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