domingo, 5 de julho de 2009

A aldeia de Val-Boa

É uma aldeia que não tem Santos nem Capela, está situada na aba da serra, no concelho de Góis mesmo no limite do concelho de Arganil, está mal situada, por estar mesmo nos limites dos dois concelhos, e nem um nem o outro cuida pelo bem-estar dos habitantes que lá vivem, e que tantas necessidades por lá passam tanto com caminhos por reparar como com falta de água, e tanta água lá anda a regar silvas e arbustos.
É verdade que não há capela na aldeia, mas temos o São Martinho que é nosso padroeiro, que se encontra na capela com o mesmo nome, na Aldeia de São Martinho e na mesma freguesia de Góis.
É por isso que pedimos ao São Martinho que faça um grande milagre à aldeia de Val-Boa, mas tem que ser mesmo um grande milagre, porque a mesma está muito desertificada e necessitada de várias melhorias.
Quando eu lá nasci, a aldeia era rica em habitantes e em tudo o que a terra dava, hoje está muito pobre em tudo, os caminhos por onde nós passávamos, há sessenta anos, estão tapados com matos e silvas, estão intransitáveis e assim continuam, por que não há quem faça algo por ela, e os habitantes que lá vivem são idosos e nada podem fazer, morremos com a esperança que um dia, ainda venha um benfeitor que faça alguma coisa, ou então que esta minha aldeia acaba para sempre, será esse o seu futuro que lhe espera.
Enquanto eu lá vivi não tínhamos água que chegasse para consumirmos em casa, mais tarde tivemos um senhor, que já morreu, que explorou e canalizou água com muita fartura para a aldeia, mas depois disso não mais houve quem se preocupasse com o estado em que se encontra a mina onde a água nasce, nem com o reservatório onde a água é guardada, pois na data presente já nem caminhos há para ir à mina nem para o reservatório que abastece as casas da aldeia, é caso para pensar em que situações nós vivemos no século vinte e um.
Agora como vai ser, temos as fossas das casas para registar, qual vai ser o significado desses registos? É para a Câmara saber onde elas se encontram, para as mandar despejar quando cheias, ou é para nós pagarmos alguma taxa anual?
Fernando Alves Dias
in Diário de Coimbra, de 4/07/2009

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7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Digam ao tal Fernando Dias que ele anda muito zangado! Mas não devia andar porque isso fal mal à saúde. Digam-lhe também que como não mora em Vale Boa não tem direito a palrar desta maneira. Ah, e se entretanto quiser ir para Arganil, a gente vende aquilo barato. Aliás doamos gratuitamente! A aldeia toda não vale o preço da manutenção...

07 julho, 2009 11:42  
Anonymous Anónimo said...

O Sr. Tem razão!

08 julho, 2009 23:48  
Anonymous Anónimo said...

Ilustre "escritor/comentador",

Talvez seja melhor recordar-lhe que, julgo eu, o tal do "Sr. Fernando Dias" terá, e para inicio de conversa, várias décadas de diferença de Vª. Exa., razão pela qual, desde já lhe era pelo menos exígivel algum respeito no trato, mas tenho de concluir, como o povo bem apregoa, que com tais valores nem todos são abençoados.
Posto isto, cumpre-me esclarecer-lhe que, e porque Vª. Exa. certamente nem conhece a aldeia de ValBoa, que tal povoação sempre foi e será pertença e parte integrante do Município de Góis, razão pela qual, e desconhecendo os "poderes" que Vª. Exa. possa exercer sobre a organização territorial deste país, Vª. Exa. não tem qualquer legitimidade para "vender/doar" o que não lhe pertence. Aliás, se rapidamente verificar o C.P.A., ou o C.P.P.A, ou ainda o C.C e o C.P.C, verificará que venda ou doação de coisa alheia, neste país, até é crime. Que queira exprimir uma sua opinião, parece-me razoável, ainda que a mesma não tenha qualquer fundamentação factual, mas tão só um íntimo desabafo pessoal, que os leitores deste ilustre blog apreciarão, quanto mais não seja para fazer umas graçolas, mas que atenta a sua tão afamada "posição social" até lhe caem mal. Mas também, que tal facto, este sim concreto e objectivo, não lhe caia mal pois "no melhor pano cai a nódoa".
Avançando um pouco mais, deixe-me ainda ilucidá-lo de que a aldeia de ValBoa, que efectivamente apenas tem a residir 2 habitantes à semana, e cerca de 9 ao fim de semana, entre os quais o "tal Fernando Dias", nunca gozou das prerrogativas dos demais munícipes e aldeias, encontrando-se votada ao abandono por unica e exclusiva responsabilidade do Município que, à semelhança de Vª. Exa. entende que se tal aldeia não dá rendimento, não merece consideração, nem tão pouco investimento. Porém, cumpre, ainda, informá-lo de que o único investimento de que tal aldeia precisa se prende, unica e exclusivamente com a manutenção das infra-estruturas existentes e básicas para que possa continuar a receber os filhos da terra, aos fins de semana e férias como até aqui tem recebido, independentemente de projectos comerciais ou lucrativos, mas apenas por afecto daqueles que percorrem, como certamente saberá, alguns milhares de km para passar um Verão à sombra da ameixoeira.
Claro que sendo um citadino de raiz, como parece demonstrar na sua breve prosa, não compreenderá tais sentimentos ou valores, razão pela qual a terra apenas se lhe pode afigurar como um investimento e não como um sentimento.
Pior que isso é permitir que o isolamento, degradação, usurpação e abandono se tornem características inevitáveis e incontornáveis do Municipio, o que, uma vez mais, nada bem lhe cai.
Mas a sua modesta opinião, que já me mereceu mais comentários do que realmente devia merecer, só me leva a concluir o que as gentes daquele terra há muito concluiram: uns são filhos, os outros enteados.
No entanto, e porque vivemos sobre a égide da liberdade, seja ela de expressão ou qualquer outra, deixo-lhe um convite para vir visitar a aldeia de Valboa, mas traga galochas se vir no Inverno, para caminhar nas ruas lamacentas, conduza um todo terreno para conseguir conduzir na única estrada, esburacada, evidentemente, que serve a aldeia, ou traga um depósito de água se se quiser servir ou regar as couves do quintal porque o único investimento que o Municipio levou a cabo nesta aldeia (o tanque) encontra-se a secar, já que o veio de água que o podia alimentar continua, por teimosia camarária, a correr a céu aberto, pinhal fora.
Depois de nos visitar, teça os comentários que bem entender, conheça primeiro, critique depois.
Com os melhores cumprimentos,
Plos Valboenses.

13 julho, 2009 22:23  
Anonymous Anónimo said...

Ora toma!!!

Muito bem caríssimo!

Porque ValBoa é terra de muito boa gente...

14 julho, 2009 01:25  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro anónimo (como eu!), deixe-me dizer-lhe o seguinte:
Li atentamente a sua exposição e não retiro dela qualquer ilação positiva. Desde logo porque labora em alguns erros demonstrativos de uma maneira de ser e de estar na vida a que eu não dou suporte. Primeiro parte do principio de que sou citadino, depois que desconheço a aldeia de Valboa, a seguir sou mais "novo"(!) do que o Sr. e por fim intitula-se representante dos Valboenses mas mantém-se anónimo!
Ora, das 4 suposições nenhuma é verdadeira. O Sr. não imagina quem eu sou e, para além de si, você não representa ninguém.
Acrescente-se que o acuso directamente de, com as suas atitudes, não pretender resolver nenhum problema de Valboa. O que o Sr. quer mesmo é palco, projecção mediática pessoal à custa dos eventuais problemas da sua terra. Em português bem popular, o que o meu "amigo" tem é cagança! Até já consegue publicar no Diário de Coimbra! Se julga que com essas atitudes resolve alguma coisa, tire o cavalinho da chuva. A não ser que queira ser candidato a qualquer coisa nas próximas eleições? Será? Olhe, se assim é apresente-se as partidos, talvez alguém o aproveite. Quanto aos assuntos de Valboa, quando decidir ser intelectualmente honesto, dirija-se a quem de direito, pois tenho a certeza que será ouvido e os problemas devidamente resolvidos.

14 julho, 2009 16:10  
Anonymous Anónimo said...

Ilustre senhor:
Compreendendo o seu desabafo, já que nele certamente se revê, já que tão amiúdes vezes aqui vem projectar-se publicamente como disse "à procura de palco deixe-me esclarecer-lhe que este é, atento o meu discernimento e "honestidade intelectual" ultimo comentário as palavras de quem, salvo devido respeito, não sabe do que fala, pois se assim, não fosse bem saberia que todos os órgãos competentes e capacitados para a resolução dos problemas da Aldeia foram, em tempo oportuno, solicitados/consultados.
assim sendo e porque, salvo o devido respeito não sou tão versada em suscitar polémicas sem fundamento como Va. Exa. despeço-me com os melhores cumprimentos.
deste modo reservo-me o direito de ficar imune a quais quer outros comentários publicados.

14 julho, 2009 22:46  
Anonymous Anónimo said...

Ora viu como aprendeu depressa! Vª Exª é pois a excepção que confirma a regra. Diz o aforismo popular que burro velho não aprende línguas! Não que não aprende!

14 julho, 2009 23:29  

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