Entrevista ao Presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova do Ceira

António Monteiro é o actual presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova do Ceira. Homem habituado a trabalhar para a freguesia, desde os tempos de trabalhador na Casa do Povo, deu início, agora, às obras na sede da Junta de Freguesia.
Jornal O VARZEENSE - Porquê só agora estas obras, quando era manifestamente evidente a sua necessidade?
António Monteiro - Desde há muito tempo que sabia da necessidade urgente em reparar a sede da Junta. E não era só por causa da degradação visível do edifício, mas sobretudo devido à estrutura do telhado estar demasiado debilitada para poder suportar o elevado peso da telha que a cobria. Todos os Invernos tínhamos a mesma preocupação, pois podia desabar a qualquer momento.
VAR. - Mas, porquê só agora estas obras?
A. Monteiro - Porque só agora conseguimos ter dinheiro para as obras. Fizeram-se, no entanto, várias candidaturas para esse efeito, mas obtiveram sempre a mesma resposta negativa. Entretanto agora surgiu uma possibilidade para a realização da obra com o dinheiro da venda de madeira dos baldios e com o apoio da Câmara Municipal com uma ajuda no valor de 20 mil Euros.
VAR. - Este é o último ano deste mandato. Ainda pensa ser Presidente quando for inaugurado o edifício renovado da Junta de Freguesia?
A. Monteiro - As obras ainda poderão estar concluídas neste mandato. Vamos esperar pelo cumprimento dos prazos por parte do empreiteiro.
VAR. - A propósito do empreiteiro. Consta-se que o empreiteiro não foi escolhido por concurso.
A. Monteiro - Isso é verdade. Tal deve-se à urgente necessidade da conservação dom edifício, sobretudo do seu telhado. A obra até já estava em orçamento já há vários anos. Podemos lamentar que só agora tenha surgido uma oportunidade para a sua concretização. Mas, dada a urgência, nós entendemos não esperar mais para dar início a tal obra. A obra foi planeada com um projecto e uma memória descritiva adequada e dentro de preços que nos pareceram bons. Estamos convencidos que a população de Vila Nova do Ceira vai ficar satisfeita com este melhoramento.
VAR. - Portanto a escolha do empreiteiro não decorreu segundo as exigências habituais?
A. Monteiro - Esta empreitada está enquadrada no diploma governamental, deste ano, que definiu medidas excepcionais, de contratação por ajuste directo, para a celebração de contratos públicos (desde que o custo não ultrapasse determinado limiar). Valor este que, no caso desta empreitada, fica muitíssimo distante. Por isso, estamos tranquilos porque esta obra não vai ultrapassar os 55.000 Euros. Mas, sobretudo, queremos que a obra se desenvolva e se conclua, para que não voltemos a preocupar-nos com a segurança das pessoas que lá trabalham e das que frequentam as instalações da Junta para tratar dos seus assuntos.
VAR. - Que uso vai ser dado às instalações de que habitualmente os serviços da Junta não se servem?
A. Monteiro - Depois das obras concluídas iremos ter, finalmente, uma boa sala multiusos, um espaço museológico, a sede do Clube dos Caçadores e da Junta de Agricultores, etc. Serão umas instalações com conforto, com segurança, climatização, dentro dos padrões de qualidade satisfatórios.
VAR. - Como estamos próximos de eleições, há uma pergunta que não podemos deixar de colocar. Vai-se recandidatar a Presidente da Junta?
A. Monteiro - Já esperava essa pergunta... Mas a decisão de recandidatura não tem nada a ver com estas obras a decorrer na freguesia.
Mas posso já acrescentar que fui convidado pelo secretariado da Secção do Partido Socialista de Vila Nova do Ceira para me recandidatar à presidência da Junta de Freguesia.
Dado que estou fortemente inclinado para continuar o trabalho autárquico no desenvolvimento de Vila Nova do Ceira, aceitei o convite, estando já a convidar alguns elementos para integrarem a minha lista.
VAR. - E já nos pode acrescentar quem irá escolher para integrar a sua lista?
A. Monteiro - Entendo que ainda é cedo para divulgar nomes, mas escolherei certamente pessoas que se mostrem empenhadas no desenvolvimento da nossa terra. Penso apostar nos jovens, pois julgo que serão uma mais-valia para a nossa freguesia.
in O Varzeense, de 30/05/2009