Câmara de Góis omitiu hiato para a celebração de escritura
Quanto deliberou vender uma parcela da quinta do Baião à Associação de Desenvolvimento Integrado da Beira Serra, em 1999, a Câmara Municipal de Góis (CMG) omitiu a existência de impedimento para se proceder ao destacamento da mesma, disse Lurdes Castanheira ao “Campeão”.
Devido ao destacamento de outra parcela, ocorrido em 1994, a desanexação do terreno comprado pela ADIBER só podia ser consumada em 2004 e, ainda assim, a escritura só foi outorgada em 2007.
À demora não terá sido alheia a conflitualidade protagonizada, por ocasião das últimas eleições autárquicas (2005), pelo presidente da CMG, Girão Vitorino (PS), e pelo seu camarada e antecessor, José Cabeças, líder da Associação de Desenvolvimento Integrado da Beira Serra.
O presidente da autarquia, ex-vereadores, antigos e actuais directores da ADIBER (entre eles a candidata do PS à liderança da CMG) estão acusados, pelo Ministério Público (MP), no âmbito de um inquérito à venda de terreno municipal àquele organismo.
Enquanto a secretária da Direcção da Associação imputa à Câmara a referida omissão, fontes ligadas à investigação fazem notar tratar-se da mesma pessoa (José Cabeças) a presidir, em 1999, à autarquia e àquele organismo.
O MP, através do Departamento de Investigação e Acção Penal de Coimbra (DIAP), vê na demora da celebração da escritura razão para deduzir acusação a actuais e antigos directores da ADIBER por presumível fraude na obtenção de subsídio, suposta falsificação de documento e eventual desvio de subsídio para fim diferente daquele para que foi atribuído.
Um ex-presidente da Comissão Nacional de Gestão do Programa Leader, Nuno Jordão, está acusado de uso de documento alegadamente falso e de co-autoria material de presumível fraude.
Segundo o MP, em Setembro de 2001, a Associação entregou a Nuno Jordão um certificado de que, contrariamente à realidade, estava concluído um projecto agro-turístico. A peça acusatória sustenta que, ao conceberem a certificação documental da conclusão do projecto e nele integrarem factos que, alegadamente, não correspondiam à realidade, os directores da ADIBER quiseram proporcionar-lhe participação financeira inerente ao Programa Leader II.
Os aspectos invocados fundamentam, na óptica do DIAP, a presumível fraude e a suposta falsificação.
Quanto ao eventual desvio de subsídio para fim diferente daquele para que foi concedido, o procurador José Luís Trindade alude à aplicação em despesas correntes de parte do montante atribuído para a compra de terreno (234.000 euros).
“Lisura
e boa-fé”
Sem saber ainda se terá de devolver o dinheiro ao Ministério da Agricultura, embora espere avançar com o projecto nos próximos meses, a ADIBER alega que o uso pontual de parte da verba (“imediatamente reposta”) destinou-se a pagamento de salários e de prestações à Segurança Social e vinca ter tido necessidade de contrair um empréstimo de 125.000 euros, mediante aval dos directores, para fazer face a encargos.
Por outro lado, a secretária da Direcção da Associação faz notar que o pedido de devolução do subsídio concedido, feito ao abrigo de uma acção inspectiva a cargo da Inspecção-Geral de Agricultura, ocorreu volvidos 10 dias sobre a outorga da escritura de compra do terreno.
Acresce, acentua Lurdes Castanheira, que a Associação de Desenvolvimento Integrado da Beira Serra usufrui, desde 2000, da parcela comprada à Câmara, sendo esse aspecto invocado para sustentar uma prática pautada por “lisura e boa-fé”.
Ao comentar a sua situação processual, a candidata à presidência da CMG diz tratar-se do “preço do voluntariado”, mas, sem deixar de o reputar de “demasiado elevado”, regozija-se com alegadas “manifestações de confiança” de concidadãos.
“Batemo-nos por um projecto agro-turístico, que era pretendido por outros concelhos da Beira Serra, e orgulhamo-nos de ter incutido na região uma nova metodologia na montagem de projectos de desenvolvimento e de termos estimulado a prática de uma cultura de parcerias”, assinala Lurdes Castanheira.
Coordenador da ADIBER e candidato à presidência da Câmara de Arganil, Miguel Ventura, acusado de alegada co-autoria de falsificação de documento e de eventual fraude na obtenção de subsídio, também viu a Comissão Concelhia arganilense do PS dar-lhe testemunho de “confiança e apoio político”.
in www.campeaoprovincias.com
Devido ao destacamento de outra parcela, ocorrido em 1994, a desanexação do terreno comprado pela ADIBER só podia ser consumada em 2004 e, ainda assim, a escritura só foi outorgada em 2007.
À demora não terá sido alheia a conflitualidade protagonizada, por ocasião das últimas eleições autárquicas (2005), pelo presidente da CMG, Girão Vitorino (PS), e pelo seu camarada e antecessor, José Cabeças, líder da Associação de Desenvolvimento Integrado da Beira Serra.
O presidente da autarquia, ex-vereadores, antigos e actuais directores da ADIBER (entre eles a candidata do PS à liderança da CMG) estão acusados, pelo Ministério Público (MP), no âmbito de um inquérito à venda de terreno municipal àquele organismo.
Enquanto a secretária da Direcção da Associação imputa à Câmara a referida omissão, fontes ligadas à investigação fazem notar tratar-se da mesma pessoa (José Cabeças) a presidir, em 1999, à autarquia e àquele organismo.
O MP, através do Departamento de Investigação e Acção Penal de Coimbra (DIAP), vê na demora da celebração da escritura razão para deduzir acusação a actuais e antigos directores da ADIBER por presumível fraude na obtenção de subsídio, suposta falsificação de documento e eventual desvio de subsídio para fim diferente daquele para que foi atribuído.
Um ex-presidente da Comissão Nacional de Gestão do Programa Leader, Nuno Jordão, está acusado de uso de documento alegadamente falso e de co-autoria material de presumível fraude.
Segundo o MP, em Setembro de 2001, a Associação entregou a Nuno Jordão um certificado de que, contrariamente à realidade, estava concluído um projecto agro-turístico. A peça acusatória sustenta que, ao conceberem a certificação documental da conclusão do projecto e nele integrarem factos que, alegadamente, não correspondiam à realidade, os directores da ADIBER quiseram proporcionar-lhe participação financeira inerente ao Programa Leader II.
Os aspectos invocados fundamentam, na óptica do DIAP, a presumível fraude e a suposta falsificação.
Quanto ao eventual desvio de subsídio para fim diferente daquele para que foi concedido, o procurador José Luís Trindade alude à aplicação em despesas correntes de parte do montante atribuído para a compra de terreno (234.000 euros).
“Lisura
e boa-fé”
Sem saber ainda se terá de devolver o dinheiro ao Ministério da Agricultura, embora espere avançar com o projecto nos próximos meses, a ADIBER alega que o uso pontual de parte da verba (“imediatamente reposta”) destinou-se a pagamento de salários e de prestações à Segurança Social e vinca ter tido necessidade de contrair um empréstimo de 125.000 euros, mediante aval dos directores, para fazer face a encargos.
Por outro lado, a secretária da Direcção da Associação faz notar que o pedido de devolução do subsídio concedido, feito ao abrigo de uma acção inspectiva a cargo da Inspecção-Geral de Agricultura, ocorreu volvidos 10 dias sobre a outorga da escritura de compra do terreno.
Acresce, acentua Lurdes Castanheira, que a Associação de Desenvolvimento Integrado da Beira Serra usufrui, desde 2000, da parcela comprada à Câmara, sendo esse aspecto invocado para sustentar uma prática pautada por “lisura e boa-fé”.
Ao comentar a sua situação processual, a candidata à presidência da CMG diz tratar-se do “preço do voluntariado”, mas, sem deixar de o reputar de “demasiado elevado”, regozija-se com alegadas “manifestações de confiança” de concidadãos.
“Batemo-nos por um projecto agro-turístico, que era pretendido por outros concelhos da Beira Serra, e orgulhamo-nos de ter incutido na região uma nova metodologia na montagem de projectos de desenvolvimento e de termos estimulado a prática de uma cultura de parcerias”, assinala Lurdes Castanheira.
Coordenador da ADIBER e candidato à presidência da Câmara de Arganil, Miguel Ventura, acusado de alegada co-autoria de falsificação de documento e de eventual fraude na obtenção de subsídio, também viu a Comissão Concelhia arganilense do PS dar-lhe testemunho de “confiança e apoio político”.
in www.campeaoprovincias.com
Etiquetas: adiber, câmara municipal, góis
8 Comments:
Será que anda tudo doido? "A Câmara de Góis omitiu...". Então o Presidente da Câmara não era o DR Cabeças? E a Dra Lurdes não era a Chefe de Gabinete? E depois não foi durante 4 anos vereadora? O que é que fez para resolver o problema? Não deviam ter restituido o dinheiro, uma vez que não se tinha efectuado o "negócio". Ou será que já não tinham o dinheiro? A ADIBER não está acusada por não feito o negócio, mas por FRAUDE na utilização dos fundos comunitários, com apresentação de documentos FALSOS de encerramento do projecto...
Haja vergonha!
Uma pergunta “ingénua” em relação à notícia ( A CMGóis omitiu hiato para celebração de escritura): Como foi possível enviar em Setembro de 2001 o documento referenciado pela PJ e com que intenção? Responda quem quiser ou poder…..
Com a intenção de receber o dinheiro sem ter feito qualquer obra. A isso chama-se ROUBAR. És tolo, ou queres fazer de nós parvos?
Mas isto está giro! Então agora a Lulu diz que a culpa é da Câmara que era dirigida pelo Cabeças? Que também era presidente da Adiber?
E que agora é mandatário para esta campanha?
Vejam só como "eles se amam"!...
Ainda vai acabar tudo... à chapada. É só uma previsão!
Prisão para esta gente que nem sequer vive em Gois,e estão a enganarnos.
O sr. Miguel Mourão já me contou que está arrependido,mas agora tens que te aguantar á buxa.
Eu bem o avisei
José Prudencio
Anónimo 05 Junho 2009 00:17 obrigado por ter respondido, mas como utilizou a palavra “ROUBAR” que não existe no meu vocabulário, ficarei a aguardar outra resposta
O arrependimento é um bom principio. Pode ser que em relação a um pessoal que por aí anda não esteja tudo perdido...
Última hora !!!!
Os 2ºs e 3ºs. na Lista do PS á Câmara Municipal são Daniel Neves e Mário Garcia.
Os primeiros nas Listas do PS ás Juntas de Freguesia são:
Alvares: Ramiro
Cadafaz:Jose
Colmeal: Carlos
Góis:Jorge
V.N.Ceira:Monteiro
Afinal quem são os vira-casacas? é agora é que vamos ver quem são esse gajos?! Com que então o daniel? Obrigadinho ó Lulu, só ajudas o PSD a limpar o lixo que por cá anda (andou!)...
E vais ganhar com essa lista?! Na cabeça uma radical do PS e a acompanhar dois renegados do PSD. E ainda há quem diga que Deus não existe?! OLHEM BEM PARA A LISTA E DEPOIS DIGAM ALGUMA COISA! DE FACTO ESTA GENTINHA MERECE-SE UNS AOS OUTROS.
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