quarta-feira, 22 de abril de 2009

Carvalhal

O Carvalhal é apenas mais uma aldeia com essa denominação, situada na região natural da cordilheira central entre as serras do Açor e da Lousã, administrativamente colocada no distrito de Coimbra, concelho de Góis, situada nas extremas da Beira Litoral, encostada à Beira Baixa, embora seja terra de características bem mais interiores do que litorais.
Sendo por definição e características uma área geográfica fundamentalmente rural, ainda hoje, apresenta traços visíveis dessa ruralidade profunda que lhe conferem uma identidade e carácter distinto.
Esses traços consubstanciam-se num conjunto muito próprio de saberes-fazer, associados a tradições e costumes antigos, muitas vezes decorrentes de necessidades que permitiram a esta gente ao longo dos tempos vencer, ou pelo menos atenuar, as agruras do meio. A agricultura e o pastoreio eram no outrora a sua principal embora deficiente fonte de subsistência.
Refiro apenas que, historicamente, esta aldeia, dadas as suas condições naturais e modos de vida ao longo dos tempos sempre foi muito sensível ao fenómeno da emigração, marcados por períodos de surtos migratórios quer para o Brasil e África quer para a Europa. No entanto, a maior procura destas gentes foi para os grandes centros urbanos do nosso litoral, especialmente para a área da grande Lisboa, lugares onde se encontra maioritariamente radicada a diáspora dos Carvalhalenses, forçada a aí procurar melhores condições de vida.
Como terá aparecido o nome, qual a língua, qual o povo que terá criado o nome toponímico ou de familía? Para além de servir para outras designações como variedade de fruta, como a uva, a pêra, a cereja, a tangerina ou ainda de uma mata de carvalhos (seja esta a mais provável origem deste topónimo pela ainda significante existência desta árvore). E qual terá nascido primeiro, o topónimo ou o antropónimo? O topónimo de Carvalhal além de vulgar não nos elucida sobre o seu passado. Admite-se que esta região seja habitada desde o calcolítico médio por volta dos finais do segundo milénio anterior à nossa era, como atestam os conhecidos petróglifos "Pedra Riscada" e "Pedra Letreira".
A verdade é tão simples quanto esta, não é preciso ir até aos confins da Terra para descobrir paisagens maravilhosas e em estado (quase) puro. E também não é preciso enfrentar riscos impensáveis para poder gozar de uns belos dias de descanso e comunhão com a natureza, num desses paraísos esquecidos do mundo. Aqui mesmo nas aldeias da beira serra encontra esses paraísos. Um património incalculável de paisagens, flora e fauna com belas florestas e rios maravilhosos que nos oferecem aprazíveis praias fluviais com águas cristalinas que nos convidam a desfrutar deste bem que a natureza nos oferece, com sol e sombra quanto baste.
Para que não fique apenas pelo sonho, deixo-lhe aqui o convite, de carro ou a pé, não deixe de visitar este que é um dos últimos paraísos escondidos entre vales e montanhas recheadas de rara beleza com locais aprazíveis que jamais podemos esquecer, com gente hospitaleira, que mesmo não nos conhecendo abre as portas de suas casas e nos convidam a entrar. As fontes de água pura que brota das rochas graniticas são outro dos bens que a natureza nos oferece para que possamos mitigar a sede e satisfazer os desejos do nosso âmago, enfim... um sítio que nos encanta e oferece a maior paz e tranquilidade de espírito, com tudo o que por aqui há de bom!
Publicado em blog: http://gois-carvalhaldosapo.blogspot.com
in O Varzeense, de 15/04/2009

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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

rochas graníticas no Carvalhal?

23 abril, 2009 22:47  

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