Novela "O Casal do Esporão (Góis)"
Quando pensei escrever algo sobre o Casal, fi-lo pensando principalmente nas gerações mais novas, que pouco ou nada sabem sobre este assunto.
Baseia-se este escrito, apenas e só nas minhas memórias e vivências dos últimos 50 anos, expressando aquilo que penso como cidadã livre e com raízes numa das famílias mais antigas do Esporão.
Chamo-lhe novela, porque tem tantas peripécias e conflitos que dava com certeza para fazer muitos episódios. Os primeiros estão envoltos na penumbra dos tempos em que eram os reis que governavam este país. Ainda hoje me causa a maior curiosidade o que teria levado D. Nuno da Silveira (Senhor de Góis) ou seus descendentes a deixar de herança uma tão grande área ao povo do Esporão. Esse terreno, e baseando-me numa descrição que observei, começa no rio Ceira, num sítio chamado Caneiro de Jorge Anes, passa por Vale da Pereira, atravessa a E.N.2, Cimo do Vale do Velho, Fonte do Salgueiro, passa o rio Sótão, Fonte do Ventoso, Penedo dos Corvos, Vale dos Cabrões, Pena Longa, Caratão do Candão, volta a atravessar o rio, Selada do Carvalho Velho, Cabeço dos Vales, Alto da Serra, Cabeço do Lourencinho, Foz do Forcado e rio Ceira.
Está conforme a escritura existente na Torre do Tombo da Universidade de Coimbra, em 3 de Março de 1799.
Em 1955 é fundada a Comissão de Melhoramentos do Esporão, e são-lhe entregues pelos até aí administradores, os documentos referentes à proveniência daquela herança.
Mas como cada cabeça sua sentença, os conflitos que já existiam continuaram, porque nunca houve consenso em relação à melhor solução para explorar os terrenos, em beneficio de todos.
Como em todas as novelas, também aqui haviam os ricos, os pobres, os remediados e os "chicos espertos" (alguns vindos de fora do núcleo) que sempre se vão safando graças à inocência e boa fé dos outros e como diz o ditado: "em terra de cegos, quem tem olho é Rei".
Comecei a ouvir falar do Casal, há-se haver 50 anos. Eu era pequena e os meus pais falavam nos que andavam a semear pinheiros, e então eles também tinham que semear...
Dizia o meu pai, que era "fazer filhos em mulheres alheias"...
Naquela altura, não percebia o que ele queria dizer, e só muito mais tarde compreendi o sentido. Afinal toda a gente sabia que as terras eram de todos e não eram de ninguém, mas naquele tempo tal como hoje, tenta-se desculpar os próprios abusos, apontando os abusos dos outros. Aquela semeia, eu também semeio. Aquele corta, eu também corto.
A ganância tem uma força tremenda e os resultados estão à vista hoje em dia, com a situação vivida por esse mundo fora, no qual se privilegia o interesse individual em detrimento do colectivo. Eu via os meus irmãos retirarem umas sementinhas pretas das pinhas, e perguntava: -"pra qué isso?!" e eles respondiam: -"É para semear um pinhal!!". Vejam lá, até os rapazotes queriam ter um pinhal! Enquanto uns tinham poder económico para comprar o pinhão e trazer o pessoal a semear, havia outros que nem 1 quilo de arroz tinham para comer.
Naqueles tempos o mato e a lenha eram um bem precioso. O mato para pastagem e cama para o gado, e daí o estrume para as terras de cultivo. A lenha para o aquecimento e para cozinhar os alimentos, pois não haviam nem electricidade nem gás. Ai de algum garoto da Ribeira que viesse buscar um molhito de lenha à zona do Esporão, que era logo corrido à pedrada sem dó nem piedade... Eu própria o cheguei a fazer... (quem diz a verdade não merece castigo) eram as ordens que tínhamos.
Depois havia as atestadas (ou testadas?), elas cresceram em todas as direcções, e se tivessem kms de distância ainda melhor, algumas até se formaram a meio de uma encosta...
É minha opinião que nunca os nossos antepassados deviam ter permitido a posse de atestadas, dada a natureza daquela doação. Logo aí teve início a injustiça, senão vejamos:
Os mais abastados tinham mais terras de cultivo, logo tinham mais atestadas. Depois havia o mais pobre que precisava de dinheiro numa aflição, e logo o mais poderoso se prontificava a comprar-lhe as magras courelas e lá se juntavam mais umas atestadas. Só seriam propriedade privada casas de habitação, currais de gado, terras de cultivo, soutos, olivais, locais de trabalho e instalações de cultura/lazer.
Uma vez houve uma briga tão feia entre conterrâneos, que até teve a intervenção da GNR e daí resultou o corte de relações entre duas famílias que durou muitos anos.
Se não me engano, no Verão de 1964 deflagrou um incêndio nos terrenos do Casal, que rapidamente consumiu uma grande área deste e não só. Ficaram para sempre gravadas na minha memória, aquelas imagens terríveis e os gritos de aflição da minha mãe, e meu irmão a carregar os cortiços das abelhas para junto de um poço, e assim as salvar de morte certa. Eu tratava de conduzir o rebanho para longe das chamas que avançavam a grande velocidade em direcção à Cerdeira e à Folgosa. Naquele tempo não havia os meios de combate de hoje nem subsídios para pagar os prejuízos causados. Logo se falou à boca cheia que havia sido fogo posto, por via de uma qualquer vingança relacionada com o Casal. Nada foi provado, mas naquela altura, criança que era, detestei esse Casal que tanto sofrimento estava a provocar. A partir daquele incêndio a saúde da minha mãe nunca mais foi a mesma. Em 1989 o Casal passou a ser propriedade legal em nome da Comissão de Melhoramentos do Esporão depois de uma demanda judicial, posta por um grupo de conterrâneos.
Aqui há tempos ouvi uma rodada de "bonitos" nomes dirigidos à Comissão, entre eles, o de ladrões. Aí lembrei-me daquele jeito engraçado de Mister Scolari: -"E o ladrão sou eu?!". Sempre ouvi dizer que onde há tentação há ladrão, e de facto o Casal tem sido ao longo dos anos uma grande tentação, que para alguns está difícil de largar. Alguns dos que me lêem, talvez tenham andado a guardar o gado, assim como eu, na Encosta do Loureiro junto ao Marco Geodésico. Ali era Casal, não havia praticamente nada semeado, o gado andava à vontade e brincávamos naquele sítio com uma paisagem maravilhosa. Havia uns pinheiritos espontâneos que mal davam sombra para comermos a merenda. Agora já estavam bem grandes e grossos, mas foram cortados. Porquê? Por quem? Não foi o bicho do pinheiro, nem foi ordem da Comissão, que apresenta todos os anos os seus rendimentos. Já sei, é a atestada do "Sr. Marco"...
Gente da minha terra, o final desta novela está nas vossas mãos. Deixemo-nos de paninhos quentes, de compadrios, de favores ridículos. Denunciem a quem de direito os abusos praticados num bem que é de todos, e não só de alguns. Não tenham medo de falar, o tempo da censura já lá vai. Ao calarem-se são cúmplices dos crimes praticados. Mais vale tarde que nunca.
Com tudo o que ficou para trás, com o que vejo no presente, receio que no futuro (com muita pena minha), chegue à triste conclusão que o povo do Esporão não é, nem nunca foi merecedor do gesto nobre de um NOBRE SENHOR DE GÓIS.
Ilda Celeste Henriques Barata
in Jornal de Arganil, de 5/03/2009
Baseia-se este escrito, apenas e só nas minhas memórias e vivências dos últimos 50 anos, expressando aquilo que penso como cidadã livre e com raízes numa das famílias mais antigas do Esporão.
Chamo-lhe novela, porque tem tantas peripécias e conflitos que dava com certeza para fazer muitos episódios. Os primeiros estão envoltos na penumbra dos tempos em que eram os reis que governavam este país. Ainda hoje me causa a maior curiosidade o que teria levado D. Nuno da Silveira (Senhor de Góis) ou seus descendentes a deixar de herança uma tão grande área ao povo do Esporão. Esse terreno, e baseando-me numa descrição que observei, começa no rio Ceira, num sítio chamado Caneiro de Jorge Anes, passa por Vale da Pereira, atravessa a E.N.2, Cimo do Vale do Velho, Fonte do Salgueiro, passa o rio Sótão, Fonte do Ventoso, Penedo dos Corvos, Vale dos Cabrões, Pena Longa, Caratão do Candão, volta a atravessar o rio, Selada do Carvalho Velho, Cabeço dos Vales, Alto da Serra, Cabeço do Lourencinho, Foz do Forcado e rio Ceira.
Está conforme a escritura existente na Torre do Tombo da Universidade de Coimbra, em 3 de Março de 1799.
Em 1955 é fundada a Comissão de Melhoramentos do Esporão, e são-lhe entregues pelos até aí administradores, os documentos referentes à proveniência daquela herança.
Mas como cada cabeça sua sentença, os conflitos que já existiam continuaram, porque nunca houve consenso em relação à melhor solução para explorar os terrenos, em beneficio de todos.
Como em todas as novelas, também aqui haviam os ricos, os pobres, os remediados e os "chicos espertos" (alguns vindos de fora do núcleo) que sempre se vão safando graças à inocência e boa fé dos outros e como diz o ditado: "em terra de cegos, quem tem olho é Rei".
Comecei a ouvir falar do Casal, há-se haver 50 anos. Eu era pequena e os meus pais falavam nos que andavam a semear pinheiros, e então eles também tinham que semear...
Dizia o meu pai, que era "fazer filhos em mulheres alheias"...
Naquela altura, não percebia o que ele queria dizer, e só muito mais tarde compreendi o sentido. Afinal toda a gente sabia que as terras eram de todos e não eram de ninguém, mas naquele tempo tal como hoje, tenta-se desculpar os próprios abusos, apontando os abusos dos outros. Aquela semeia, eu também semeio. Aquele corta, eu também corto.
A ganância tem uma força tremenda e os resultados estão à vista hoje em dia, com a situação vivida por esse mundo fora, no qual se privilegia o interesse individual em detrimento do colectivo. Eu via os meus irmãos retirarem umas sementinhas pretas das pinhas, e perguntava: -"pra qué isso?!" e eles respondiam: -"É para semear um pinhal!!". Vejam lá, até os rapazotes queriam ter um pinhal! Enquanto uns tinham poder económico para comprar o pinhão e trazer o pessoal a semear, havia outros que nem 1 quilo de arroz tinham para comer.
Naqueles tempos o mato e a lenha eram um bem precioso. O mato para pastagem e cama para o gado, e daí o estrume para as terras de cultivo. A lenha para o aquecimento e para cozinhar os alimentos, pois não haviam nem electricidade nem gás. Ai de algum garoto da Ribeira que viesse buscar um molhito de lenha à zona do Esporão, que era logo corrido à pedrada sem dó nem piedade... Eu própria o cheguei a fazer... (quem diz a verdade não merece castigo) eram as ordens que tínhamos.
Depois havia as atestadas (ou testadas?), elas cresceram em todas as direcções, e se tivessem kms de distância ainda melhor, algumas até se formaram a meio de uma encosta...
É minha opinião que nunca os nossos antepassados deviam ter permitido a posse de atestadas, dada a natureza daquela doação. Logo aí teve início a injustiça, senão vejamos:
Os mais abastados tinham mais terras de cultivo, logo tinham mais atestadas. Depois havia o mais pobre que precisava de dinheiro numa aflição, e logo o mais poderoso se prontificava a comprar-lhe as magras courelas e lá se juntavam mais umas atestadas. Só seriam propriedade privada casas de habitação, currais de gado, terras de cultivo, soutos, olivais, locais de trabalho e instalações de cultura/lazer.
Uma vez houve uma briga tão feia entre conterrâneos, que até teve a intervenção da GNR e daí resultou o corte de relações entre duas famílias que durou muitos anos.
Se não me engano, no Verão de 1964 deflagrou um incêndio nos terrenos do Casal, que rapidamente consumiu uma grande área deste e não só. Ficaram para sempre gravadas na minha memória, aquelas imagens terríveis e os gritos de aflição da minha mãe, e meu irmão a carregar os cortiços das abelhas para junto de um poço, e assim as salvar de morte certa. Eu tratava de conduzir o rebanho para longe das chamas que avançavam a grande velocidade em direcção à Cerdeira e à Folgosa. Naquele tempo não havia os meios de combate de hoje nem subsídios para pagar os prejuízos causados. Logo se falou à boca cheia que havia sido fogo posto, por via de uma qualquer vingança relacionada com o Casal. Nada foi provado, mas naquela altura, criança que era, detestei esse Casal que tanto sofrimento estava a provocar. A partir daquele incêndio a saúde da minha mãe nunca mais foi a mesma. Em 1989 o Casal passou a ser propriedade legal em nome da Comissão de Melhoramentos do Esporão depois de uma demanda judicial, posta por um grupo de conterrâneos.
Aqui há tempos ouvi uma rodada de "bonitos" nomes dirigidos à Comissão, entre eles, o de ladrões. Aí lembrei-me daquele jeito engraçado de Mister Scolari: -"E o ladrão sou eu?!". Sempre ouvi dizer que onde há tentação há ladrão, e de facto o Casal tem sido ao longo dos anos uma grande tentação, que para alguns está difícil de largar. Alguns dos que me lêem, talvez tenham andado a guardar o gado, assim como eu, na Encosta do Loureiro junto ao Marco Geodésico. Ali era Casal, não havia praticamente nada semeado, o gado andava à vontade e brincávamos naquele sítio com uma paisagem maravilhosa. Havia uns pinheiritos espontâneos que mal davam sombra para comermos a merenda. Agora já estavam bem grandes e grossos, mas foram cortados. Porquê? Por quem? Não foi o bicho do pinheiro, nem foi ordem da Comissão, que apresenta todos os anos os seus rendimentos. Já sei, é a atestada do "Sr. Marco"...
Gente da minha terra, o final desta novela está nas vossas mãos. Deixemo-nos de paninhos quentes, de compadrios, de favores ridículos. Denunciem a quem de direito os abusos praticados num bem que é de todos, e não só de alguns. Não tenham medo de falar, o tempo da censura já lá vai. Ao calarem-se são cúmplices dos crimes praticados. Mais vale tarde que nunca.
Com tudo o que ficou para trás, com o que vejo no presente, receio que no futuro (com muita pena minha), chegue à triste conclusão que o povo do Esporão não é, nem nunca foi merecedor do gesto nobre de um NOBRE SENHOR DE GÓIS.
Ilda Celeste Henriques Barata
in Jornal de Arganil, de 5/03/2009
Etiquetas: esporão
11 Comments:
Mai Casal do Esporão. Estes gajos julgam ter o rei na barriga!!! Mas que interesse é que isto tem?!!!
caro anónimo, se não tem interesse para si, terá certamente para as pessoas do Esporão, ou o senhor anónimo também se dá ao trabalho de intervir em todos os milhares de tópicos que aparecem, e bem, no Blogóis sobre assuntos "menores" de outras povoações, só para perguntar "qual é o interesse disto"???...não me parece!!!!
É só contra o Esporão a sua imbirração???
Tem alguma coisa contra aquela pequena aldeia?
Deixe mas é o Esporão em paz e vá fazer alguma coisa de jeito com a sua vida.
Parabéns ao anónimo das 13:43.
Obrigada à D. Ilda Barata que escreveu este excerto sobre o Esporão.
Pelo menos, valorizem o exercício de escrita mesmo que se sintam incomodados com o conteudo.
Não era para intervir,mas isto interessa-nos sim!
Não sendo do Esporão,quero muito a esta magnifica Aldeia e ás suas gentes que tão bem me receberam.
Gostei do texto,mas temos que fazer para que sejamos todos, dignos e merecedores;- Mais que não seja,pela memória dos nossos antepassados e pelos que atrás vierem.
Já piores tempos se viveram.Hoje nada é como ontem.
O Povo do Esporão há-de saber encontrar-se e em conciência,saber ultrapassar as coisas menos boas que possam surgir.
Desde que estive na causa,
acreditei e continuo acreditar, pois espero do fundo do coração
que esta "novela"tenha o seu fim.
Um companheiro,um colega,um sempre amigo.
Se me chamarem sonhador ou lírico ou utópico não faz mal.
Sempre com o ESPORÃO.
Por momentos, assustei-me, pensei que andava algum assassino no Esporão. Que venham de lá esses cúmplices… E o cadáver? Está na encosta do Loureiro?
Afinal não… Morreu por indigestão, malvado pinhão!!!
Também não???!!!
Ahhh …. De comichão na articulação.
Não…
Na verdade, anda lá o fantasma de Santa Comba Dão… Mas esse já está enterrado num grande fundão!!!
Mas que grande confusão!!!
Agustina Bessa-Luís, isto é obsessão.
Para vós fica a conclusão…
Então eu que tambem tenho mais que 50anos devo ser curto de memoria, pois não me lembro de correr ninguem a pedra isto pra mim e novidade.Lembro-me haver uma grande briga mas foi o povo todo contra a familia Barata,isso sim.Tambem me lembro muito bem aIlda Barata e irmãos cortaram 2 pinhais a xegar a POVOA e como na altura se tinha que fazer Requerimento para lavragens toca de plantar o sr. Eucalipto a cavadela,o que veio a valer um bom corte ha mais ou menos dois anos ,ate foi muito falado que cortaram 3filas da Empresa,mas como a Ilda e da Direcção em frente.A Ilda depois de analizar o Loureiro, pode ir ate ao Carvalho da Fonte pois ai e que são umas boas atestadas ,mas claro como essas ha muitas ,mas estão escrituradas. ai ninguem toca que tem dono. Temos tambem um outro bom exemplo da Comissão que foi o terreno da Casa de Convivio.Houve um senhor que o apanhou e depois resolveu oferecer uma parte a Comissão. Muito bonito!....Teve um agradecimento distinto.Não andem a mandar serradura pro olhos!..
Resolvam os problemas da forma correcta e não andem a escrever "novelas".ISTO E UM PROBLEMA DO ESPORÂO...simplesmente.
Depois de se ler esta "novela" nota-se que no Esporão as pessoas ofendem-se ,chegando ao ponto de chamarem ladrões. Mas tambem se sabe d. Ilda Barata que A sra. quando vem ao Esporão Trata de maneira diferente os problemas do CaSAL consoante são as pessoas em causa,pois tem sido vista no coxixinho com o J.S. e C.B.,porque não tratam desses assuntos em reuniões e tentam falar com esses"ladrões" como diz na sua "novela"?
Tambem e do conhecimento do povo que a Comissão esta para dar terreno ao sr.Miranda ou ja deu so porque o terreno que ele entregou tinha uma boa plantação,mas cuidado com a bondade que ha quem esteja atento! sabe-se muito bem quem ja foi ate ver esse assunto no local com ele e os seus dois filhos a um Domingo a tarde!...
Boa noite!
A palavra Casal assusta-me e faz-me recordar o que não quero,se houvesse a venda remedio para esquecimento eu compraria.
Logo que li este texto a que chamam "novela"para alem de coisas boas,veio-me logo a memoria coisas que não quero recordar.Achei logo no momento que se estava a coçar numa ferida "quase"sarada.Se a Comissão tem problemas com alguem deve resolve-los no local indicado,pois não me parece uma boa ideia publicarem no Jornal um assunto que so ao Esporão diz respeito.Tambem não e com erros que se resolvem erros,e nem que não se queira vão ficar sempre uns mais beneficiados que outros.Somos tão poucos POR FAVOR não façam nada que nos possa dividir mais ainda.
Vou deixar aqui uma ideia que me anda no "goto" ha muito tempo.Vamos comemorar o Dia do Vizinho?
Peço desculpa se ofendi alguem,pois não era minha intenção.
Um abraço.
Olinda Bandeira
boas!
gostava que alguem me esclarecesse quem são as pessoas do "nucleo"do Esporão digo e as que não são.
eu não e que estou aqui com uma duvida! e pelo nascimento? e que se e daqui a pouco não ha ca ninguem,pois esses malandritos vão todos nascer a Coimbra! ahhhhhhh
continuo confundid
E o Tiago Carriço? e do "nuclio"ou não?
RESPONDAm-me
Caros Amigos
O Esporão é NOBRE, porque nobres foram, são e serão as suas gentes.
O Esporão é GRANDE, porque grandes são os corações que por Ele bateram, batem e continuarão a bater.
O Esporão é uma FESTA, porque sempre houve, há e haverá um brilho intenso, uma alegria imensa em cada encontro, em cada chegada!...
O Esporão é PECULIAR, porque até na partida tem sido,é e será sempre diferente!...
O Esporão é SOLIDÁRIO, porque nos grandes momentos, na hora da verdade(os pequenos momentos e o minuto da mentira não contam) sempre houve há e haverá um abraço, sem descriminações, porque o Esporão também sempre foi, é e será UM EXEMPLO.
O Esporão é um ESPECTÁCULO porque sempre esteve,está e estará na moda!... indubitavelmente!...
O Esporão é TRANQUILIDADE, porque a serenidade, a paz e a harmonia(despreza-se um ou outro desvario)sempre adornaram, adornam e adornarão todos aqueles que Lhe estão ligados: por nascença, afinidades ou simplesmente por opção!...
O Esporão é PAIXÃO, porque há um casal, malandreco, pelos vistos descendente dum mui nobre senhor de Góis, que anda por aí "enrolado" em amores quase proibidos, não escolhendo nem momentos nem locais para o romance, o enlevo, o êxtase!...E o mais fantástico é que o dito casal,dizem que velhinho,continua fresco, airoso, escaldante...ludibriando tudo e todos no que à idade diz respeito.É vê-lo entre muros,em casas tombantes, pinheirais, eucaliptais, à beira de qualquer regato ou simplesmente em qualquer cantito menos iluminado!...atrevido, maroto, o casal!...
O Esporão é TOLERÂNCIA, porque desde o início desse romance,que O enleva, nunca nimguém criticou,escorraçou ou molestou o dito casal (exceptua-se um ou outro casal invejoso por não conseguir atingir tal intensidade amorosa).
O Esporão é INTELIGENTE, porque se o Seu povo é tolerante para o dito casal exige dele, em contrapartida, que não provoque qualquer quezília ou frenesim entre aqueles e aquelas que o receberam de braços abertos!...É justo, justíssimo!...até porque, é bom frisar, TODOS o receberam,foram recebendo e continuarão a receber!...
O Esporão é PERSPICAZ, porque sempre exigiu, exige e exigirá que o dito casal,abastado por razões óbvias, na sua generosidade seja equitativo, ponderado e justo, mas sobretudo tenha a coragem necessária para sussurrar aos ouvidos de alguns que a ganância e o oportunismo são efectivamente condenáveis e aos ouvidos de outros que pior ladrão do que aquele que usurpa é aquele outro que por incúria ou desleixo deixa que lhe levem o BEM que em consciência julga, repito JULGA, que é seu.Se há alguém que tem tanto a certeza do contrário deve-o provar inequivocamente e/ou dizê-lo frontalmente, sem rodeios, tiques, ofensas, ameaças , hipocrisias... no ESPORÃO... onde a brisa suave ou o sussurrar do vento mais forte, O DO NORTE, e a ligeireza das águas nos regatos clamarão, por certo, ao bom senso e ponderarão sabiamente - HONRA AOS ANTEPASSADOS - as razões de cada qual!...
Cheguei agora ao Esporão.
A noite está fria e há uma certa névoa. Quem vai ali? Não importa... É UM AMIGO OU UMA AMIGA, DE CERTEZA!...
Escrevo este texto fundamentalmente por três razões:
1º- Não sou do núcleo, mas não me importo. Contento-me em ser um simples organelo desta célula que é o ESPORÃO.
2º- Por respeito para com todos aqueles que se sentirão incomodados, por certo, com este asssunto do frenético e buliçoso casal,incluindo,creio,alguns mui respeitosos membros da CME, a quem cumprimento com a devida vénia.
3º- Porque quero que TODOS tenham a certeza que quando alguém da minha família escreve, assina.
Um Abraço
Leonel Carriço
"Novela do Esporão"...Este titulo inspira-me enredos,e mexericos...
Ainda não consegui entender porque é que um "CASAL"dá tanto comentário e tanta história,e algumas um pouco mal contadas.
Se D.Nuno da Silveira soubesse que a deixa de sua herança ia dar tanto que falar, se calhar deixaria o CASAL para quem não fosse tão ganâncioso.
Tenho mais alguns anos que a autora desta Novela, e por acaso vivi muitos anos na aldeia do Esporão,até mais que a senhora e sinceramente a minha história não condiz com a dela. Na minha casa nunca ninguém me ensinou a correr à pedrada os meninos da Ribeira, ou outras aldeias, isso aí já ia da educaçaõ de cada familia. E tenho em minha memória já me diziam os meus avós que o CASAL do Esporão pertencia a duas familias que eram Abilio Barata e Casiano Bandeira,e outros esses outros seriam os filhos.Como os bons terrenos sempre foram semeados e comandados por essas familias, nunca pensei que depois de tantos anos ainda poderia vir a dar uma Novela.
Se alguém adquiriu atestadas dos terrenos que tinham, acho bem,por isso deixem-nos em paz.
Se somos a favor do povamento das aldeias desertificadas,conservem os bons habitantes que o Esporão reconquistou,não na nossa geração mas na dos nossos filhos e netos.
Como diz o amigo Leonel, o Esporão é : Nobre, Festa,Peculiar, Tranquilidade, e Paixão...
Para quê tanta guerra?
Acabem com essa Novela ^.
DEUS NÃO QUER QUE NÓS NOS APEGUEMOS AOS BENS DA TERRA.
E já diziam os meua avós "A vida são dois dias, vamos vivê-los em paz."
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