quarta-feira, 18 de junho de 2008

Núcleo Local de Inserção de Góis promoveu fórum sobre coesão social

“Coesão social... uma responsabilidade colectiva”, foi este o tema do II fórum organizado pelo Núcleo Local de Inserção de Góis [NLI], que se realizou ao longo de dois dias, no auditório da ADIBER, em Góis, e que contou com a presença de autarcas, dirigentes, técnicos e comunidade em geral. O objectivo foi “promover a reflexão e o debate sobre o contributo efectivo que as políticas sociais têm exercido ao nível do desenvolvimento económico e social das comunidades locais”, tendo em conta que o território do Pinhal Interior Norte, onde se integra o concelho de Góis, se caracteriza pelo “constante decréscimo da população”. Refira-se que esta iniciativa inseriu-se ainda nas comemorações do Dia Internacional Contra a Desertificação que se assinalou na terça-feira, dia 17 de Junho.
“O NLI de Góis pretende chamar a atenção para a necessidade de se gerarem novas oportunidades que potenciem novas dinâmicas sociais e económicas, que promovam a atracção e fixação da população”, lia-se no panfleto de divulgação do fórum, que englobou quatro painéis, subordinados aos temas “O papel dos actores locais para a promoção da coesão”, “Redes locais/supra municipais e parcerias”, “Interioridade e oportunidades de desenvolvimento: educação, formação, emprego, economia social vs inclusão social” e “O papel da saúde no contexto da Beira Serra”. Tendo como moderadores Pedro Pereira Alves, Rosário Serafim, Rui Jacinto e José Cabeças, este espaço de debate contou ainda com a participação dos presidentes das juntas de freguesia de Alvares, Cadafaz, Colmeal, Góis e Vila Nova do Ceira, vereadores das Câmaras Municipais de Góis, Arganil, Oliveira do Hospital e Tábua, entre muitas outras entidades.
De acordo com a presidente de direcção do NLI, este II fórum surgiu na sequência do Plano de Actividades de 2008, tratando-se de “uma jornada de trabalho” que teve como intuito “exortar todos os participantes para a importância que assume a responsabilidade solidária e colectiva de todos no processo de coesão social”, não só do concelho de Góis mas da Beira Serra. Considerando que a pobreza e a exclusão social são fenómenos sociais que “exigem da parte de todos uma redobrada atenção e um trabalho de parceria”, Lurdes Castanheira defendeu que os sectores públicos e privados devem ter um papel “fulcral” no processo de inserção social dos indivíduos, “para que, em conjunto, se possam encontrar as melhores soluções para os velhos e novos problemas sociais”.
Segundo a dirigente do Núcleo Local de Inserção, este fórum foi “um espaço de excelência” para “partilhar dificuldades mas também experiências”. “É sem dúvida um momento de convite ao desenvolvimento de novas dinâmicas”, constatou, acrescentando que este evento visou também assinalar o Dia Internacional Contra a Desertificação, já que “estamos na presença de um território com baixa densidade demográfica, com problemas que se prendem com a desertificação, falta de oportunidades de emprego e dificuldades ao nível da fixação das populações”. Verificando que houve um aumento do número de beneficiários do rendimento social de inserção, Lurdes Castanheira alegou que “apesar do esforço das instituições e dos seus técnicos, há necessidade de redobrar as parcerias e procurar em conjunto as melhores respostas para os problemas sociais do concelho de Góis e da Beira Serra”.
Já a vice-presidente da Câmara Municipal de Góis realçou que neste II fórum foram abordados temas “muito pertinentes” que passaram por áreas distintas, desde a Educação, Emprego, Formação, Saúde, Desenvolvimento Social, entre outras, que “nos fizeram reflectir sobre o que queremos do concelho”. “Este fórum reforçou que a melhor forma de trabalhar é em rede”, alegou Helena Moniz, referindo ainda que “foi importante, nós, autarcas, ficarmos a saber o que as pessoas precisam e as soluções que consideram pertinentes para o território”. Agradecendo aos técnicos, oradores e moderadores “pela sua experiência profissional”, a autarca advogou que “há falta de pessoas que se interessem pelo interesse colectivo”.
Considerando este “um dos melhores debates feitos em Góis”, o presidente da Assembleia Municipal enalteceu as questões levantadas em torno da saúde, “esclarecimento que devia ser aberto à população em geral, dada a sua importância”. “Cheguei à conclusão que a saúde tem muito a ver com a política”, afirmou, congratulando-se pelo facto do Centro de Saúde de Góis continuar em funcionamento. Relativamente à desertificação das zonas do Interior, José Carvalho declarou que o Estado deve intervir, incentivando a criação de empresas que forneçam postos de trabalho, “através da redução de impostos e taxas ao nível local, da cedência a preços simbólicos de terrenos para montagem de empresas, colaborando até com a abertura de ruas e colocação dos sistemas básicos, água e luz”.
Em representação do Governador Civil de Coimbra, Jorge Cosme pediu ao NLI de Góis para que faça chegar as conclusões deste fórum ao Governo Civil, uma vez que “é preciso conjugar as opiniões de todos os concelhos do distrito para chegar a conclusões”. Defendendo que as ideias apresentadas nesta iniciativa “não podem ficar nesta sala”, o Adjunto assegurou que o Governador Civil lhes dará “encaminhamento”, lançando o desafio para que se realize o III fórum. “Se este foi como ouvi, os outros serão melhores”, defendeu, fazendo votos para que “consigamos fazer da Beira Serra um território onde se possa viver cada vez melhor”.
in www.rcarganil.com

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