sexta-feira, 18 de abril de 2008

Góis - Filarmónica atinge bodas de diamante

A Filarmónica da Associação Educativa e Recreativa de Góis (AERG) celebrou, dia 12, os 75 anos do seu ressurgimento. A desejada Casa da Cultura deverá ser uma realidade em 2009.

Depois do hastear da bandeira na sede e romagem ao cemitério, da parte de manhã, à tarde seguiu-se o desfile das filarmónicas convidadas e concertos no edifício da AERG, a Filarmónica de Cabanas de Viriato, a Filarmónica A-da-Gorda e a anfitriã, Filarmónica de Góis. O programa inseriu-se num conjunto de actividades que o grupo pretende levar a cabo para assinalar as bodas de diamante, o qual teve início com um encontro de Filarmónicas em Vila Nova do Ceira, no sábado de Páscoa. Consta ainda da lista a gravação de um cd em Maio, a oferta de um concerto a cada uma das cinco freguesias, uma actuação em Lisboa, no mês de Setembro, próximo da Casa do Concelho de Góis e o encerramento com um concerto no Dia Mundial da Música. “Quisemos dar algum brilho a estas comemorações, porque 75 anos é sempre uma data significativa”, explicou Rui Sampaio, presidente da AERG, em declarações ao Jornal de Arganil. Sobre o cd, a ser concretizado em Cabanas de Viriato, será o primeiro registo da banda em nome individual, facto que o dirigente congratulou, já que vai transmitir “o trabalho e dignidade que esta Casa tem tido”, e destacou o “grande empenho” dos músicos e do maestro para que seja feita uma obra que “marque quem está e quem venha”.
O presidente da Câmara de Góis felicitou os 75 anos da Filarmónica, o “excelente” trabalho da direcção, reforçando a disponibilidade da autarquia em apoiar a banda. Em representação da ADIBER (Associação de Desenvolvimento Integrado da Beira Serra), Lurdes Castanheira não poupou elogios à aniversariante, considerando a banda Filarmónica “um grande prestígio para nós e um grande orgulho para o concelho”.
Ofertado pela Câmara Municipal de Góis e pela ADIBER, uma trompa de harmonia, e pela Junta de Freguesia de Góis, tímpanos, os instrumentos, ao contrário de muitas bandas, não têm sido um problema para a Filarmónica, já que tem tido a ajuda de várias entidades. Um dos problemas mais visíveis é, no entanto, a falta de condições da sede da AERG. De Inverno, maestro e executantes ensaiam nas instalações dos Bombeiros Voluntários, porque o interior do edifício “é muito frio”. “Estar lá dentro ou na rua é a mesma coisa”, lamentou Rui Sampaio. À espera de uma Casa da Cultura, o presidente da autarquia acalentou a esperança de que em 2009 comece a ser uma realidade, salientando que “vamos todos tentar para que no próximo ano esta obra tenha o seu início”. José Girão Vitorino adiantou que se trata de uma obra “simples”, possível de ser concretizada “em curto prazo”, tendo em conta que será uma alteração ao edifício.
A par da Casa da Cultura, a Filarmónica debate-se com o problema da falta de elementos da Escola de Música. Conta apenas com cerca de seis aprendizes e a tentativa de levar os mais novos à música não tem dados os seus frutos. “Temos feito vários apelos, ido à escola, também já trouxemos a escola à Associação, mas não tem havido grande adesão por parte dos jovens”, contou o dirigente ao nosso jornal, referindo que os pais deveriam perceber que a integração nas fileiras da Filarmónica “é uma forma de educar” os filhos.
in Jornal de Arganil, de 17/04/2008

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