segunda-feira, 15 de outubro de 2007

O PIDDAC no Distrito de Coimbra

Mais de um milhão de euros é quanto o município de Penacova viu inscritos no PIDDAC. Do lado oposto, Cantanhede, Mira e Soure ficaram a “zero”, enquanto que Góis conseguiu pouco mais do que isso

Três municípios do distrito de Coimbra – Cantanhede, Mira e Soure – não viram qualquer verba inscrita em PIDDAC (Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central). Do lado oposto, o Orçamento de Estado de 2008 revelou-se uma surpresa para o município de Penacova, que conseguiu mais de um milhão de euros inscritos, ultrapassado apenas pelos dois maiores centros urbanos: Coimbra e Figueira da Foz.
O presidente da Câmara Municipal de Penacova não mostra, no entanto, grande satisfação pela verba, uma vez que não contempla os investimentos há muito reclamados. O Mosteiro de Lorvão – «a obra prioritária» – e a recuperação paisagística da EN110 são exemplos, duas «reivindicações antigas», lembra o autarca, que, uma vez mais, continuam a passar despercebidas à Administração Central.
Sobre o Mosteiro de Lorvão, que aguarda «há décadas» por uma verba para a sua reabilitação e para a recuperação do órgão de tubos, Maurício Marques espera agora «que as verbas necessárias venham a estar contempladas no Programa Nacional do Ministério da Cultura». O mesmo se passa em relação à alteração dos nós de Oliveira do Mondego e Cunhedo, no IP3, e à recuperação da EN110 e do pontão do Caneiro (localizado nesta via). Nestes casos, aguarda por uma verba no orçamento da Estradas de Portugal (EP) que este ano é realizado fora do Orçamento de Estado.

Quase 165 mil euros
para a Lousã

À parte destas reivindicações, o autarca não deixa de se congratular pelos 1.035.862 euros incluídos em PIDDAC. O grosso da verba (997.772 euros) destina-se à reabilitação dos edifícios da antiga escola preparatória, entretanto integrada na Secundária, que «está completamente degradada». Mais de 16 mil euros são destinados ao pagamento de uma dívida do Estado para com a Associação de Apoio a Jovens e Idosos de S. Mamede, referente à construção da sua sede, sendo a restante parte destinada à Extensão de Saúde de S. Pedro de Alva (1.300 euros), à criação do Gabinete Técnico Local para a elaboração do planos de recuperação urbana de Aveleira e Roxo (5.000 euros) e à requalificação do centro histórico da vila de Penacova (15.000 euros).
Do lado dos mais contemplados, destaque também para o concelho da Lousã, que viu inscrito em PIDDAC 164.862 euros, sendo o grosso da verba (100 mil euros) destinada à construção da EB1,2,3 da Lousã. O restante reparte-se entre o Centro de Emprego e a Unidade de Saúde Familiar, estando ainda reservados mil euros para a reabilitação do centro histórico da vila, incluindo a recuperação do fontanário e do Museu Etnográfico da Lousã.

Interior penalizado

Do lado oposto, os autarcas de Cantanhede, Mira e Soure, dos quais o Diário de Coimbra não conseguiu ontem obter qualquer depoimento, não têm motivos para satisfação, uma vez que o Orçamento de Estado não incluiu qualquer verba para estes concelhos no Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central. O mesmo sente o concelho de Góis, o mais prejudicado, uma vez que tem apenas mil euros inscritos para a reabilitação e recuperação do centro histórico da vila. Uma verba irrisória que demonstra, uma vez mais, a «discriminação dos concelhos do interior», como afirmou a vice-presidente da autarquia de Góis. «Já estamos habituados», diz mesmo Maria Helena Moniz, lamentando que se continue a apostar no litoral e nos grandes centros urbanos e a «esquecer os municípios do interior desertificado que, sem ajuda do Governo, dificilmente conseguem realizar grandes investimentos».
Um desses investimentos que fica, para já, pelo caminho, é a construção da Casa da Cultura de Góis. «A que existe é bonita mas está degradada e não temos uma sala condigna para espectáculos», explica a vice-presidente, adiantando que o projecto elaborado passa pela «quase total demolição» do actual edifício da Associação Educativa e Recreativa de Góis.
De entre os municípios com menor dotação orçamental, destaque para Pampilhosa da Serra, também este um concelho de interior, com 22.623 euros que vão ser investidos na construção do Centro Social e de Cultura e Recreio de Trinhão.
Nos restantes concelhos, as verbas inscritas são de 113 mil euros para Arganil, 24.084 euros para Condeixa-a-Nova, 53 mil euros para Miranda do Corvo, 38.416 euros para Montemor-o-Velho, 31.417 para Oliveira do Hospital, 31.548 para Penela, 78.930 para Tábua e 56.969 para Vila Nova de Poiares, para além de Coimbra e Figueira da Foz com uma dotação de, respectivamente, 44.080.952 e 7.419.000 euros.
in Diário de Coimbra, de 15/10/2007

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2 Comments:

Blogger APARTIDARIO NÃO APOLITICO said...

Não posso afirmar de quem é a culpa da elevada verba de 1.000 Euros que foram atribuídos ao Concelho; certamente os mais culpados são os Goienses mas, mesmo assim queria deixar aqui uma sugestão que é a seguinte:
O Concelho de Góis deve elaborar uma subscrição pública, entre os Goienses, cuja receita de destinará a remeter ao (des)Governo Central para o ajudar a diminuir os prejuizos causados pelo avultado investimento neste Concelho. É que na verdade o dinheiro far-lhe-á muita falta para pagar as ajudas de custo, os cartões de crédito, as viaturas, os motoristas, os telemóveis,as habitações, oS subsídioS de deslocação, etc. etc. etc., de toda essa corja de comilões do património nacional.
Senhores políticos deste país, TENHAM VERGONHA e, por favor, não brinquem com o Concelho de Góis.

15 outubro, 2007 20:18  
Anonymous Anónimo said...

Faço minhas as palavras do apartidário não apolítico mas não podemos esquecer que o Concelho ajudou a eleger este (desGOVERNO)

16 outubro, 2007 19:22  

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