segunda-feira, 16 de julho de 2007

A morte premeditada de um pinheiro

Alguém se lembrou de plantar um pinheiro exótico no Adro que circunda a nossa Igreja matriz, o que merece o aplauso de todos nós, só por razões que desconheço a sua localização não foi a mais indicada.
Árvores alinhadas, ruas alinhadas e outras coisas alinhadas, são o índice de desenvolvimento de um qualquer lugar.
Tudo isto está certo. Só que o alinhamento coincide com uma passagem de água subterrânea em cimento, para regas, que evita o desenvolvimento do referido pinheiro.
Mas não é este o mal maior para abrilhantar os diversos festejos que se realizam no Adro, sentenciam o desgraçado a uma morte premeditada.
Será que vão fazer um buraco no estrado do palanque para que o pinheiro possa coexistir com as festas, ou o estrado sofre deslocação dando lugar à liberdade da referida árvore?
Quem chegou primeiro foi o pinheiro ou o estrado?
Não se planta uma árvore ornamental quando mais tarde se torna incómoda, indesejável e criadora de conflitos.
Foi ali, naquela Igreja que os nossos pais se casaram; foi ali que fomos baptizados, foi ali que brincámos e será ali que daremos o último adeus a esta vida.
Devemos defender o nosso Adro e criar e sempre para ele a vida que merece que tenha.
Defender as suas árvores, manter a sua limpeza e pugnar pelo seu embelezamento, é uma obrigação de todos nós.
Não somos donos do Adro porque ele pertence a uma comunidade de famílias que aqui se fixaram há muitos anos e que através das suas descendências se tornaram os verdadeiros herderos destes lugares públicos.
Vila Nova do Ceira, Junho de 2007
Adriano Baeta Garcia
in O Varzeense, de 30/06/2007

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