Vivo, de Abílio Bandeira Cardoso
Beijo a vida em suas mãos sagradas
Venero a infantil capacidade de sorrir
Ajoelho-me face ao dia que há-de vir
Creio que veredas hão-se ser estradas
Submeto-me a fins de noite desejadas
A sarradas noites de hotel, por cumprir
Creio que o sarro d'Inverno há-de florir
Em frondosas flores não antes cheiradas
Ausento-me dos negros descréditos
Entrego-me a olhares, pregados éditos,
De quem quer conversa para não falar só
Nas camas de vis medos decrépitos
Desato-me na resistência de cego nó
E vivo todas minhas vivas penas sem dó
Abílio Bandeira Cardoso
Venero a infantil capacidade de sorrir
Ajoelho-me face ao dia que há-de vir
Creio que veredas hão-se ser estradas
Submeto-me a fins de noite desejadas
A sarradas noites de hotel, por cumprir
Creio que o sarro d'Inverno há-de florir
Em frondosas flores não antes cheiradas
Ausento-me dos negros descréditos
Entrego-me a olhares, pregados éditos,
De quem quer conversa para não falar só
Nas camas de vis medos decrépitos
Desato-me na resistência de cego nó
E vivo todas minhas vivas penas sem dó
Abílio Bandeira Cardoso
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