terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Sou caminho, de Abílio Bandeira Cardoso

Sou nuvem transparente, orvalho gotejado
Evaporo-me aos primeiros raios da manhã
Perco-me entre besouros e flores do prado
Eu sou uma gota dessa efémera chuva vã

Sou um sorriso ligeiro ou valsa lenta
Sou lágrima solta qie cai sem brado
Sou o que espera e se não atomenta
Crisálida expectante do iato desejado

E nesse voo de mariposa me não pouso
Voarei mais longe, e mais, e muito mais
Voarei na calma de meu olhar ansioso

Ou na ânsia da calma dos meus ais...
Suspira meu peito, oferece em repouso
Oferece-me o caminho do fado pra onde vais...

Abílio Bandeira Cardoso