terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Alpendres de capela

Boa parte das incontáveis capelas espalhadas pelo país acrescentam ao seu exíguo espaço interior um alpendre que, além de constituir clara valorização estérica, permite maior participação de creches às cerimónias litúrgicas, oferece abrigo aos rigores do tempo e até lugar de convívio.
A solução mais usual coloca o alpendre na frontaria da capela como extensão do diminuto rectângulo da nave e sua ante-sala, protegendo a entrada principal, a maioria das vezes com bancos do lado interior corridos ao longo da murete que limita o espaço alpendrado. Também é vulgar encontrar-se nesse espaço o púlpito, localização justificada pela grande afluência de povo a certas festas religiosas.
Quando a capela é de modesta altura, as águas do telhado prolongam-se sem ressalto para lá da frontaria cobrindo a alpendre cuja função de abrigo não aconselha grande elevação. Outras proporções da nave levam à edificação de alpendre mais baixo, com a cobertura a topejar na fachada da capela movimentando mais a arquitectura.
Por vezes o alpendre ganha ainda maior importância, estruturas de apoio mais complexas e até mais fechadas, tornando-se galilé de área idêntica à da nave e, especialmente nos centros de peregrinação, em numerosos casos alongando-se pelos lados da capela.
Em qualquer das suas formas e dos materiais empregados nos pilares de sustentação da cobertura - granitos, calcários, alvenarias robocadas - o alpendre é sempre um elemento belo, gracioso e convidativo.
Bem perto da vila de Góis, há um exemplo de uma capela com alpendre: o Santuário de Nossa Senhora da Guia.