Rancho Folclórico "As Sachadeiras da Várzea" comemorou XXI aniversário

O Rancho Folclórico "As Sachadeiras da Várzea", da Casa do Povo de Vila Nova do Ceira, comemorou o seu XXI aniversário, no passado dia 14 de Setembro, no Largo da Igreja, em Vila Nova do Ceira.
O programa contou também com a actuação do Grupo de Músicas e Cantares da Várzea e do Grupo de "Danças e Cantares" de Carenque, Lisboa, iniciou com um desfile à volta do Adro, onde participaram todos os grupos presentes.
Após o desfile, a presidente do rancho aniversariante, Almerinda Gonçalves, fez a apresentação de um grupo que foi fundado em 1987 e que tem primado por preservar e divulgar a cultura popular da região.
Com trajes simples, próprios da faina do campo e de sacholas ao ombro, "As Sachadeiras"ao entrarem no Largo recordaram a importância que a cultura do milho teve na freguesia de Vila Nova do Ceira e após mostrarem as suas danças e cantares recordaram uma das fainas agrícolas que estava associada à cultura do milho: a escapelada.
O Rancho Folclórico "As Sachadeiras da Várzea" terminou a sua actuação com o fado serrano, o qual contagiou os presentes, que se associaram ao grupo dançando e cantando à desgarrada.
Também muito aplaudida foi a actuação do Grupo de Musicas e Cantares da Várzea, que deixou todos os presentes encantados com as magníficas vozes, bem como com a forma profissional como os instrumentos as acompanhavam. Da recolha que este grupo musical tem feito, apresentou algumas melodias bem conhecidas da população, que foi acompanhando, aproveitando também para cantar.
A tarde estava realmente animada, e os muitos que marcaram presença no Adro, não arredavam pé, até porque, estava ainda para actuar o magnífico Grupo de "Danças e Cantares" de Carenque, Lisboa, que trouxe até à Várzea um pouco do folclore de Norte a Sul de Portugal, visto que, Carenque é uma terra que se firmou essencialmente pelas pessoas que vieram das mais diversas partes do país, para fixarem residência nas proximidades da grande capital, em busca de uma melhor vida, motivo que levou este grupo a fazer uma recolha etnográfica e musical que caracterizasse todo o nosso Portugal.
De deixar todos boquiabertos foi um dos elementos deste Rancho, que apenas com quatro anos e com dois meses de ensaios, estando a actuar em público pela segunda vez, primou por ser um dos melhores dançarinos do Rancho. Parabéns, Rodrigo!
Durante a tarde, foram ainda recordadas outras tradições, para além da escapelada, tais como: a corrida de cântaros à cabeça, corrida de sacos, saltar a corda e jogar ao pião, recordando a forma como, em tempos, quiçá no mesmo largo se divertiam os "nossos avós", aos domingos e feriados.
No final, houve ainda um lanche, onde não faltou a aguardente, jeropiga e figos, conforme era hábito nas escapeladas de outrora.
in O Varzeense, de 30/09/2008