sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Folhas Soltas de Cadafaz

OBRA FEITA e PROJECTO são frases que ultimamente têm feito parte do vocabulário demasiadas vezes aplicado no meio rural. Resumindo com elas informações e explicações que deviam ser dadas quer pessoalmente quer por escrito e ou afixado, e às quais todos temos direito. Tornou-se decerto numa forma simples de exprimir acções, ideias, sonhos inacessíveis, feitos inacabados ou mal idealizados. Mas, vejamos por exemplo como a frase -projecto- com oito letras apenas, se consegue esclarecer e elucidar quase tudo em pouco tempo. Ao perguntar-se algo eis a resposta: -Há pois esse assunto é um projecto. -Esse assunto será um projecto. E ainda -esse assunto não foi um projecto. E, assim o perguntador elucidado mas mais confuso, também vai repetindo: -Projecto, projecto, projecto.
No entanto nem todos reagem da mesma forma. Se o indivíduo é um conformista, aceita a resposta - pois é um projecto. Se é um pensador, afinal que coisa é aquela do projecto? Mas se é um intelectual, que grande obra até tem um projecto... Porém se é um elemento apanhado de surpresa numa reunião de projectos. Fica atónito, como é possível num Concelho sem Universidade e quase sem escolas a funcionar, haver tantos projectistas? Mas, para quem estudou e aprendeu nas velhinhas gramáticas de português nunca pensou ver a frase projecto incluída nos mais diversos trabalhos de lavoura tais como, o de cortar um silvado abrir covas para plantação de legumes, limpar bermas e sobretudo criar uma maternidade de árvores. Possivelmente está a processar-se uma forma inovadora de transformar o presente, e neste caso seria óptimo não só o corte dos silvados mas também tornar os campos novamente produtivos criando mais alimentos e emprego de modo a diminuir os subsídios e enriquecer o Concelho. Também devido à diversidade dos ditos projectos ou falta de observância na sua elaboração ou de quem executa as restantes funções nem sempre são feitos com a melhor eficácia. Depois de uma limpeza nesta povoação que envolveu bermas, corte de árvores e limpeza de terrenos. Verificamos que o espaço do terreno inculto junto a algumas habitações não foi limpo. Segundo informação de pessoa responsável pela comunidade desta povoação Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Cadafaz, foi-nos informado que este trabalho foi elaborado e orientado pela Câmara Municipal de Góis. No entanto tinha conhecimento que o referido espaço inculto não fazia parte do referido projecto de limpeza. Embora nos pareça curioso que os terrenos já limpos não seja em moldes de igualdade, ficamos meditando. Como a proprietária já faleceu, que se poderá fazer, um projecto novo? Uma alteração ao existente com uma melhor visão do local de modo a precaver algo de mais grave?
Ou será que até nestes serviços pagos por todos os contribuintes, só sejam beneficiados alguns?
A. Silva
in O Jornal de Arganil, de 31/07/2008

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