sábado, 19 de maio de 2007

Freguesia de Alvares - O futuro é já amanhã

Para o dia 16 de Junho na Chã de Alvares, está prevista a III Jornada Cultural da Freguesia de Alvares. Aproveitando o facto de várias Ligas e Comissões de Melhoramentos participarem no evento, seria interessante que pensassem e agendassem também a organização de um forum, colóquio ou seminário, o nome pouco importa, onde se discutisse qual o futuro para a Freguesia de Alvares.
Nessa reunião, vamos assim chamar-lhe, todas as forças vivas desde as instituições, às colectividades, empresas e mesmo pessoas a título individual seriam convidadas a pronunciarem-se sobre o que pensam da actual situação por que passa a Freguesia de Alvares e quais os caminhos a seguir para um futuro mais próspero.
No entanto, teríamos d eter em atenção que uma iniciativa como esta não poderia ser só e apenas um rol de choradinhos e lamentações, longe disso. O que seria interessante era que de uma forma séria nos desbruçássemos sobre os vários problemas com que esta freguesia se depara, quais as suas causas, e quais as possíveis saídas para a resolução desses mesmos problemas.
Este encontro poderia ser também uma forma de se lançar as bases para um estudo profundo e sério, sem politiquices - no mau sentido do termo, - onde se lançassem ideias para projectos que possam dinamizar o desenvolvimento sustentado da freguesia, visando em primeiro lugar estancar ou minimizar o despovoamento que tem vindo a sofrer ao longo das últimas décadas, e ao mesmo tempo, criar riqueza que de uma maneira ou de outra a todos iria beneficiar.
Em jeito de desafio lanço alguns temas que poderão ser motivo de reflexão:
- Administração territorial. Quando se começa a falar da extinção de concelhos e freguesias de pequena dimensão populacional. Não será altura de se reflectir qual o concelho onde a Freguesia de Alvares melhor se integraria, no caso do concelho de Góis desaparecer? E a freguesia de Alvares, será que também corre o risco de poder ser extinta?
- A desertificação humana. Quais os motivos e como combater, principalmente quando se implementam políticas contrárias à fixação das pessoas, nomeadamente quando ainda estão na vida activa, como por exemplo o encerramento de escolas, SAPS, Correios, e outros serviços públicos?
- Economia e emprego. Que perspectivas para a freguesia de Alvares, onde retirando meia dúzia de comerciantes em nome individual, uma panificadora e mais uma ou duas empresas ligadas à floresta, o único empregador é o Centro Social e Paroquial de Alvares?
- Cultura e tempos livres. Como dinamizar e levar por diante actividades culturais, desportivas e de lazer, numa freguesia sem equipamentos, com dezenas de aldeias, onde a população residente é maioritariamente para não dizer exclusivamente idosa, mas que no Verão e até aos fins-de-semana é visitada por muita gente jovem?
- Turismo. Será uma aposta credível para o futuro desenvolvimento da Freguesia de Alvares e das suas aldeias? Ou será apenas uma utopia e ilusão como o foram as enormes plantações de eucaliptos que se fizeram e que nenhuma riqueza trouxeram à região, muito pelo contrário, só serviram para a descaracterizar, desertificar e empobrecer.
Estes e outros temas poderiam e deveriam obrigar-nos a uma profunda reflexão e a um sério debate. A ideia está lançada o futuro é já amanhã.
José Manuel Simões Anjos
in O Varzeense, de 15/05/2007

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